Prefeito afastado de Uruburetama é indiciado por estupro de vulnerável
Os trabalhos investigativos para apurar denúncias de crimes sexuais, que têm como suspeito José Hilson de Paiva, seguem em apuração pela Polícia Civil do Ceará
20:34 | Jul. 26, 2019
A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) concluiu o inquérito policial que apura a atuação do médico e prefeito afastado de Uruburetama, José Hilson de Paiva. O procedimento policial foi finalizado nesta sexta-feira, 26, pela Delegacia Municipal de Cruz, uma semana depois da prisão do investigado. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável.
Segundo informações são da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS-CE), o relatório final consiste na apuração de casos envolvendo crimes sexuais na cidade de Cruz, na Área Integrada de Segurança 17 (AIS 17). A peça policial segue agora para apreciação do Poder Judiciário. Ao todo, oito depoimentos das vítimas do médico, colhidos durante as investigações em Cruz, foram anexados ao inquérito.
Mesmo com a conclusão do inquérito, que foi feito dentro do prazo legal de 10 dias após a prisão, os trabalhos investigativos para apurar denúncias de crimes sexuais, que têm como suspeito José Hilson de Paiva, seguem em apuração. A análise é do material apreendido em endereços do investigado e coleta de depoimentos de outras possíveis vítimas.
As imagens do médico e com as pacientes durante as consultas foram disponibilizadas para autoridades das delegacias de Cruz e de Uruburetama, para auxiliarem nas apurações dos casos. Até à tarde de hoje, 15 depoimentos foram tomados nas unidades policiais, sendo oito em Cruz e sete em Uruburetama.
Uruburetama
Já na cidade de Uruburetama, o inquérito policial está em fase de conclusão e deve ser remetido ao Poder Judiciário na próxima semana. Equipes da delegacia local apuram ocorrências da mesma natureza.
Policiais civis da Delegacia Municipal de Uruburetama entraram em contato com as vítimas para tomar os depoimentos delas acerca da prática delituosa do profissional, que está sob apuração. A Polícia Civil aguarda o comparecimento de outras vítimas.
Cumprimento de mandados judiciais
O médico e prefeito afastado de Uruburetama, José Hilson de Paiva, foi preso, na última sexta-feira, 19, em Fortaleza, após se apresentar às autoridades policiais, na sede da Superintendência da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), no Centro. A prisão aconteceu em decorrência do cumprimento do mandado de prisão preventiva representado pela Delegacia Municipal de Cruz.
Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços pertencentes ao José Hilson de Paiva em Cruz, Uruburetama e Fortaleza. A Polícia Civil encontrou um vasto material dentro do consultório particular que ele mantinha para atender as pacientes, na cidade de Cruz.
“São fichas médicas de pacientes com histórico clínico, alguns CDs com material arquivado, que serão analisados para saber se existem mais vídeos, além de computadores, pen drives. Todos os dispositivos móveis onde é possível armazenar fotos ou vídeos serão analisados minuciosamente”, revela a titular da Delegacia Municipal de Cruz, Joseanna Oliveira.
Ela ainda comenta que o inquérito policial referente ao caso do médico, José Hilson de Paiva, se iniciou “após a primeira notícia crime de uma mulher que o acusava de violação sexual mediante fraude. No decorrer da investigação, outras vítimas foram identificadas com fatos similares e foram na delegacia e narraram fatos que se adequam ao estupro de vulnerável”, disse Oliveira.
A delegada informou que houve mulheres assediadas pelo José Hilson de Paiva desde 2012 e uma delas noticiou a aplicação de anestésico durante a consulta. “Após ouvir as vítimas, verificou que na verdade elas estavam dentro de um ambiente, onde ficavam vulneráveis. Naquele momento, no consultório, existia um empoderamento do médico em relação ao paciente”, avaliou.
Joseanna confirmou que José Hilson de Paiva foi indiciado pelo crime de estrupo de vulnerável contra as pacientes. “Não há a necessidade de representação criminal por parte da vítima”, revelou a delegada.
Todo o material apreendido nos endereços que foram alvos dos mandados de busca e apreensão são analisados por uma força-tarefa formada por profissionais da segurança pública, com objetivo de verificar o conteúdo integral das mídias, bem como de robustecer os elementos probatórios da investigação policial.
Denúncias
A Polícia Civil ressalta a necessidade das vítimas comparecerem às unidades policiais para formalizarem o procedimento, no intuito de subsidiar as investigações já em curso. As identidades das vítimas serão preservadas.