Separadas, siamesas cearenses voltam para casa após mais de 1 ano de cuidados médicos em SP

O retorno era esperado em dezembro e teve de ser adiado por problemas na cicatrização pós-cirúrgica

08:53 | Mar. 30, 2019

Por: O Povo
GÊMEAS cearenses estão acompanhadas pelos pais, Débora Freitas e Diego Farias (Foto: DIVULGAÇÃO HC/FMUSP) (foto: DIVULGAÇÃO HC/FMUSP)

Antes unidas pelo crânio, as gêmeas siamesas Maria Ysadora e Maria Ysabelle, de 2 anos, finalmente voltaram ao Ceará na tarde desta sexta-feira, 29. Elas passaram por seis cirurgias no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, São Paulo. O retorno era esperado em dezembro e teve de ser adiado por problemas na cicatrização pós-cirúrgica.

As meninas, separadas em cirurgia no dia 27 de outubro, receberam acompanhamento de fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos. O neurocirurgião pediátrico Eduardo Jucá, que acompanhou todo os procedimentos cirúrgicos das meninas, diz que a reabilitação continua, em Fortaleza, "para manter a neuroplasticidade" no desenvolvimento delas.

"Foram 14 meses em Ribeirão Preto. Elas passaram por seis procedimentos, sendo dois acessórios, mas se recuperaram bem, estão interagindo, brincando. A gente está muito satisfeito com os resultados", completa o médico.

Ciência

Um caso que acontece a cada 2,5 milhões de pessoas, o primeiro do Brasil, o nono de uma das equipes médicas mais experientes do mundo. Não há fator de risco, nem genético. É o acaso que faz com que membros de gêmeos univitelinos não se separem e os bebês sejam siameses craniópagos (ligados pelo topo do crânio).

Maria Ysadora e Maria Ysabelle são de Pacatas, distrito de Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Elas passaram pelo procedimento, até então inédito no Brasil. Por ser considerada de alta complexidade, a cirurgia foi dividida em cinco fases, que ocorreram entre 17 de fevereiro e 28 de outubro de 2018. A operação inédita no País durou aproximadamente 20 horas. Leia mais aqui. 

Estimada em US$ 2,5 milhões na rede privada dos EUA, as cirurgias foram custeadas pela Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), pela Faculdade de Medicina de São Paulo e pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão.