Fortaleza registra segunda morte por meningite em 2019; confira dicas de prevenção
Este ano, até o dia 9 de março, o boletim do Estado soma cinco casos por doença meningocócica e 39 por outras meningites
19:02 | Mar. 16, 2019
Após a morte de um menino de cinco anos, no primeiro dia de março, Fortaleza registrou a segunda morte por meningite em 2019. O óbito mais recente não foi provocado por agravamento do tipo meningocócica, o tipo mais grave da doença. O perfil do paciente não foi divulgado. Os números são do mais recente boletim semanal de doenças de notificação compulsória da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).
Este ano, até o dia 9 de março, o boletim com dados de todo o Ceará soma cinco casos por doença meningocócica e 39 ocorrências de outras meningites; havendo um óbito cada. Ambas as mortes foram registradas em Fortaleza. O número refere-se aos episódios notificados e não da ocorrência deles. Assim, os casos suspeitos ou em investigação não aparecem na publicação.
A doença
Mesmo quando a meningite é diagnosticada precocemente e um tratamento adequado é iniciado, entre 5% e 10% dos pacientes não sobrevivem e acabam morrendo, normalmente, 24 ou 48 horas após o surgimento dos primeiros sintomas. Sem tratamento, até 50% dos casos podem resultar em óbito.
No ano passado, o Ceará teve 401 casos confirmados da doença, o que apresenta uma taxa de incidência de 4,5 casos por cada grupo de 100 mil habitantes, com 37 mortes registradas.
Entre 2010 e 2018, houve 4.573 casos notificados e destes 3.405 (74,5%) foram confirmados para meningite no Estado. A faixa etária mais acometida pela doença foi a de 20 a 39 anos (28,3%).
Prevenção
A doença é prevenível. E a melhor forma de se proteger é manter a caderneta de vacinação em dia. Conforme o Calendário Nacional de Vacinação, há quatro vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) que protegem contra a meningite: BCG, Pentavalente, Pneumocócica 10 valente e Meningocócica C. Além da vacinação, seguir algumas medidas básicas ajudam a prevenir a doença como lavar bem as mãos, principalmente antes de preparar alimentos.
“A vacinação é a melhor forma de prevenção. Se o indivíduo é vacinado se protege e ainda protege outras pessoas, pois não se torna portador da doença e não transmite”, afirma Robério Leite, infectologista pediátrico do Hospital São José (HSJ), do Governo do Ceará.
Sintomas
A meningite é uma inflamação das membranas que recobrem o cérebro. Pode ser causada por fungo e vírus, geralmente em casos menos graves. Também pode ser transmitida por bactéria, que apresenta quadros mais graves e com maior risco de óbito ou sequelas, como convulsões, surdez, perda de memória, falência nos rins, AVC e outros danos cerebrais.
Os principais sintomas são febre alta repentina, dor de cabeça e na nuca, rigidez no pescoço e vômito. Também podem aparecer convulsões, sonolência, fotossensibilidade, falta de apetite e manchas roxas ou rachaduras na pele. Bebês recém-nascidos podem apresentar ainda moleira elevada e inquietação.
A doença pode evoluir rapidamente, principalmente entre crianças e adolescentes. A transmissão ocorre por meio de secreções respiratórias e da saliva. “Nesse período do ano é bom evitar aglomerações em ambientes fechados, pois o risco de transmissão aumenta por conta do contato mais próximo”, reforça o infectologista Robério Leite.
Ao surgirem os primeiros sintomas, deve-se procurar o posto de saúde mais próximo. Confirmada a doença, o paciente é encaminhado para uma unidade hospitalar de referência.