Setembro Verde: saiba como se tornar um doador de órgãos

No Brasil, a doação de órgãos só ocorre após autorização familiar. Por isso, é necessário comunicar a familiares sobre desejo de se tornar um doador

20:38 | Set. 24, 2024

Por: Guilherme Carvalho
CEARÁ é destaque em transplante de órgãos em ranking de nacional (foto: Divulgação/ Secretaria da Saúde do Ceará)

A campanha do Setembro Verde tem como objetivo conscientizar acerca da doação de órgãos no Brasil. O que muita gente não sabe, no entanto, é que o processo para se tornar um doador é muito simples: basta comunicar aos familiares sobre o desejo de doar seus órgãos em caso de falecimento.

Atualmente, existem dois tipos de doação de órgãos no Brasil. O primeiro ocorre diante do falecimento do doador. Segundo o enfermeiro da equipe de Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Cariri, Wagner Brito, a doação ocorre em casos de pacientes com diagnóstico de morte encefálica, vítimas de traumatismo craniano ou AVC. Os órgãos apenas são doados após a autorização familiar.

“Para que tenha doação é preciso dizer um sim. Só precisa comunicar aos familiares sobre sua intenção de doar. Não precisa colocar em documento ou registrar em cartório. Os órgãos são utilizados para o transplante e só existe transplante com o sim daquele paciente”, explicou em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri.


A outra maneira para doar órgãos é a doação em vida. O doador vivo pode realizar o ato desde que sua saúde não seja prejudicada. É o caso de doações de um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou do pulmão.

Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado, e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.

Segundo Wagner, a maior lista de espera no Ceará é para doações de rins, enquanto a menor demanda concentra-se para transplantes de pulmão e coração. O transplante de córnea lidera o número de procedimentos em todo Brasil. Segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), o Ceará realizou 633 transplantes desse tipo entre janeiro e junho de 2024.

“Existe uma pactuação entre a Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria de Saúde onde o Banco de Olhos do Ceará faz a captação de córneas nas unidades da Pefoce pelo acolhimento da família de quem faleceu em via pública. Por isso, o Ceará é fila zero para transplante de córnea. Alguém que é cadastrado na fila hoje, praticamente daqui a um mês ou dois, recebe o transplante de córnea”, explicou Wagner.