Com cerca de 150 mil fiéis, procissão marca o encerramento da Romaria de Nossa Senhora das Dores

Em Juazeiro do Norte, cortejo com a imagem da padroeira de Juazeiro do Norte saiu da Basílica Santuário e percorreu as principais ruas do Centro da cidade

Acrescentando mais um ano à tradição que iniciou com o Padre Cícero, cerca de 150 mil romeiros e devotos encerraram, na noite deste domingo, 15, a festa e romaria de Nossa Senhora das Dores. Foi ao cair da tarde que o cortejo com a imagem da padroeira de Juazeiro do Norte saiu da Basílica Santuário e percorreu as principais ruas do Centro da cidade.

Pela manhã, os romeiros participaram da Missa Solene de Nossa Senhora das Dores, que contou com a presença de diversos padres e religiosos da Igreja Diocesana de Crato e outros estados.

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A solenidade foi presidida pelo bispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson da Nóbrega, que na presença do bispo da Diocese de Crato, dom Magnus Henrique Lopes, agradeceu pela oportunidade de celebrar na Casa da Mãe das Dores.

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“Obrigado, dom Magnus, por essa experiência tão bela de ver essa igreja cheia de devotos de Maria, mas sobretudo, cheia de cristãos que querem viver o seguimento de Jesus, querem viver o evangelho e se comprometer em suas comunidades a viver a fé e testemunhar o amor”, declarou o bispo durante a homilia.

Ao meio-dia, os romeiros mais uma vez lotaram a Basílica de Juazeiro para a tradicional celebração da Bênção do Chapéu e Despedida. Guiados pelo pastor diocesano, os fieis entoaram o canto do “Adeus Maria”, acenando os chapéus de palha diante do altar de Nossa Senhora das Dores.

Após a última missa do dia, celebrada às 16h, a procissão com a imagem de Nossa Senhora das Dores teve início e contou com a presença tanto de romeiros quanto do povo de Juazeiro. O trajeto foi concluído na Praça do Romeiro, onde aconteceu a bênção do santíssimo sacramento e o show pirotécnico.

Veja imagens do momento: 

Como a devoção começou

A origem da devoção à Nossa Senhora das Dores remonta à idade média, o título está ligado ao relato bíblico de Maria diante da cruz do seu filho Jesus no Calvário.

Celebrada com outros nomes ao redor do mundo, como Nossa Senhora da Piedade e da Compaixão, a festa recebeu seu nome atual no século XVIII, por determinação do Papa Bento XIII.

É chamada “das dores” porque recorda cada um dos seus sete sofrimentos, por isso é muitas vezes representada com o coração atravessado por sete espadas.

Juazeiro do Norte tem suas raízes na devoção a Nossa Senhora das Dores, com a construção de uma capela dedicada a ela pelo brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro no local onde mais tarde surgiria a cidade.

Embora o Padre Cícero seja o fundador do município, a localidade já existia quando ele chegou em 1872, formada ao redor da capela.

O patriarca foi o principal divulgador desta devoção no Nordeste, ele incentivou os romeiros e o povo de Juazeiro a se consagrarem à mãe dolorosa. Com o aumento das peregrinações por conta do “Milagre da Hóstia”, a romaria de Nossa Senhora das Dores tornou-se uma das principais festividades do ano.

A romaria e seus percalços 

Em 2024, a Secretaria de Turismo e Romaria estimou um público de cerca de 300 mil romeiros, um dado que, segundo o titular da Pasta, Renato Willamys, representa o dobro da população de Juazeiro do Norte. Algo que faz com que muitos problemas de infraestrutura e segurança apareçam.

Durante a semana, o serviço de abastecimento de água foi reduzido em pelo menos sete bairros de Juazeiro do Norte. Segundo a Cagece, o intuito foi assegurar a distribuição de água nos bairros mais centrais, onde fica o maior fluxo populacional.

Segundo o presidente do Conselho de Desenvolvimento do Turismo do Cariri, Júnior Feitosa, a romaria representa um impulso para a economia local. “As pessoas que visitam a Cidade vêm consumindo e injetando dinheiro na economia, seja do pequeno empreendedor ao grande empresário”, disse em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri.

Por outro lado, há também relatos de insatisfação por parte dos romeiros com o aumento dos preços das hospedagens. “As pousadas e os hóteis estão acabando com os romeiros, é muito caro, o romeiro é muito sofredor como o padre Murilo dizia”, afirma Aniceia Lira, romeira de Alagoas que vem a Juazeiro há mais de 20 anos.

Ela relata ter encontrado valores em torno de R$ 1.500 em um quarto por semana; Segundo ela, “sem ter conforto nenhum. Mas a gente vem, porque a fé em Nossa Senhora das Dores e no Padre Cícero é maior”.

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