Fóssil raro de camarão palhaço é descoberto na Bacia do Araripe por pesquisadores da Urca
Espécie viveu na região Oste de Pernambuco há cerca de 120 milhões de anos e representa importância para a compreensão do ambiente na épocaA Universidade Regional do Cariri (Urca), em parceria com o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens e o Geopark Araripe, anunciou, nesta quinta-feira, 23, a descoberta de uma nova espécie, descrita a partir de fóssil raro de camarão palhaço encontrado na Bacia do Araripe.
Fruto de alguns anos de pesquisa, o trabalho apresentado pelo grupo de pesquisadores foi realizado após ida a campo, especificamente em Trindade, na região Oeste de Pernambuco.
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O camarão-palhaço viveu há cerca de 120 milhões de anos na área e foi preservado nas rochas da Formação Romualdo, local de grande importância para os estudos paleontológicos.
Após a coleta do material, o fóssil raro de camarão palhaço foi levado à Urca para identificação e, em seguida, divulgação para a comunidade científica.
Fóssil raro de camarão palhaço: pesquisadores da Urca anunciam nova espécie
O reitor da Urca, Francisco do O' de Lima Júnior, pontuou durante coletiva de imprensa na manhã desta quinta, 23, que a descoberta do fóssil raro de camarão palhaço não deve ser a última.
“É uma descoberta importantíssima e não é a primeira e nem será a última. É fundamental e educativo compartilharmos com a comunidade regional para valorizar todas as instituições e, acima de tudo, as pessoas e a história por trás dessa pesquisa”, afirmou.
Em entrevista ao repórter Guilherme Carvalho, da rádio CBN Cariri, a pesquisadora Damares Alencar, uma das autoras da descoberta do fóssil raro de camarão palhaço, apontou que a pesquisa foi publicada em uma revista internacional.
“Essa descoberta, de certa forma, é importante, porque é um grupo de camarão muito raro, sendo esse achado a quinta espécie de camarão fóssil do grupo dos stenopodidea e também o primeiro registro de stenopodidea na Bacia do Araripe”, disse.
A partir da descoberta dos pesquisadores, é possível entender como era o ambiente da região há milhões de anos e, consequentemente, compreender de que forma os diferentes tipos de espécies viviam na época.
“Antigamente, essa nossa região era um mar, tudo indica, exatamente pelos registros fósseis que a gente tem encontrado, que houve de fato a ingressão marinha. Houve momentos em que o mar chegou aqui e deu condições específicas para que espécies, sejam camarões ou peixes, pudessem viver na região”, explicou a pesquisadora.
Fóssil raro de camarão palhaço: descoberta é importante para a ciência cearense
Para o professor Álamo Saraiva, a pesquisa do fóssil raro de camarão palhaço é muito significativa para o âmbito da ciência no Ceará. Segundo o docente, o achado foi possível pelo conjunto de investimentos na área e a qualidade dos pesquisadores da Universidade.
“O investimento do Governo do Estado, mas também a qualidade das pessoas que estão aqui na Urca, à frente dessas pesquisas, fez com que a gente tenha na Urca um grupo dos mais importantes e produtivos do mundo em fósseis de crustáceos. É muito significativo que a gente tenha esses achados, que só acontecem porque temos cientistas de qualidade e apoio para que isso aconteça”, analisou.
De acordo com Alysson Pinheiro, diretor do Museu de Paleontologia Santana do Cariri, o material encontrado seguirá para o museu e será incorporado ao acervo.
O holótipo do fóssil raro de camarão palhaço deverá ser exposto para a sociedade, porém, retornará para a coleção por ser considerada uma peça única e rara.