UFRJ nega desvios no recolhimento, deslocamento e tombamento de fósseis na Chapada do Araripe
Polícia Federal investiga suposta participação de professor da Universidade no desvio de espécimes encontradas na Chapada do Araripe, na Região do CaririA Universidade Federal do Rio de Janeiro negou o envolvimento de um professor do Departamento de Geologia no desvio de recolhimento, deslocamento e tombamento de fósseis de espécimes descobertas na Chapada do Araripe, na Região do Cariri cearense. Segundo a Universidade, por meio de nota, toda a documentação solicitada pela Polícia Federal foi entregue. “Lamentavelmente, a UFRJ não foi procurada antes em nenhum momento para prestar esclarecimentos. Destacamos que todos os fósseis sob a guarda da UFRJ estão legalmente cadastrados e catalogados na instituição e notificados aos órgãos responsáveis”, escreve no comunicado.
Ainda de acordo com a nota, todos os docentes e a própria unidade, o Instituto de Geociências, têm documento de autorização para coleta e pesquisa de fósseis na Bacia do Araripe (CE), fornecido pela Agência Nacional de Mineração (ANM), uma autarquia federal ligada ao Ministério de Minas e Energia (MME), responsável pelo gerenciamento da atividade de mineração e dos recursos minerais do País. Por conta de serem ainda investigados, o nome do paleontólogo não foi revelado. O professor repudiou as acusações.
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Na manhã da última quinta-feira, 22/10, a Polícia Federal (PF) fez incursão no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) da UFRJ para procedimento de mandado acerca da suspeita de um professor estar envolvido com contrabando de fósseis. Foram cumpridos neste domingo, 25, 17 mandados de busca e apreensão entre Santana do Cariri e Nova Olinda, no Ceará. Duas equipes diferentes de policiais ocupavam o gabinete de trabalho de um paleontólogo respeitado da UFRJ e a residência do pesquisador.
Segundo as investigações, um dos operários teria alegado que havia recebido uma espécie de “mensalidade” do professor. A UFRJ informa que repudia “a versão mentirosa e ressaltamos que todo pagamento efetuado a operários de pedreiras foi fruto de processo com completo amparo legal para execução de atividades de campo (auxílio nas atividades in loco, retirada e corte de rochas, por exemplo), para acompanhamento de pesquisa de discentes, tarefa precípua nos cursos de graduação da UFRJ, que somam prática à teoria. Todos os pagamentos, portanto, foram legais e com a devida documentação comprobatória. Nunca foram realizadas quaisquer prestações de valores pecuniários sob outros propósitos e de forma ilegal”, avisa o comunicado.
Até 2018, de acordo com a UFRJ, a agência mantinha um escritório regional no Cariri (CE), responsável pelo acompanhamento dos estudos e coletas na região. Desta forma, segundo a Universidade, todas as ações dos pesquisadores da UFRJ, nesta área de estudo, sempre foram notificadas ao responsável pelo escritório regional que fazia todo o acompanhamento em campo.