Ligações feitas por robôs: como identificar e o que fazer para se proteger

Ligações feitas por robôs: como identificar e o que fazer para se proteger

Robocalls crescem no Brasil e são usadas para aplicar golpes; veja dicas de especialistas para reconhecer tentativas de fraude e como agir diante delas

O uso de ligações feitas por robôs para aplicar golpes tem se intensificado no Brasil, que registra cerca de 20 bilhões de chamadas telefônicas por mês, sendo metade delas realizadas por sistemas automatizados.

Segundo especialistas, essas ligações, muitas vezes, simulam contatos de órgãos oficiais ou empresas conhecidas para roubar dados ou induzir pagamentos.

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Como os golpistas atuam nas ligações automáticas?

Os golpistas utilizam robocalls para se passar por instituições como a Receita Federal ou empresas de tecnologia.

Durante as chamadas, informam dados pessoais da vítima para transmitir uma falsa sensação de segurança. O objetivo principal é obter informações sensíveis ou induzir a realização de pagamentos.

Durante entrevista ao programa Fantástico, exibido nesse domingo, 27, o especialista em segurança digital Paulo Trindade, da ISH Tecnologia, alertou que práticas como essas tendem a aumentar em períodos específicos, como a época de declaração do Imposto de Renda.

“Estamos em época de Imposto de Renda, então vai começar a surgir muito golpe envolvendo o IR e a Receita Federal”, afirmou.

Ligações feitas por robôs: quais crimes estão envolvidos?

As chamadas automáticas fraudulentas podem configurar diversos crimes, incluindo falsidade ideológica, fraude eletrônica, crimes contra as telecomunicações, associação criminosa e, em alguns casos, lavagem de dinheiro.

Durante a reportagem do Fantástico, o advogado especializado em crimes digitais José Milagre, explicou que a prática de alterar o DDD ou criar números inexistentes é considerada fraude eletrônica, com pena de até oito anos de prisão.

Esses golpes não envolvem apenas o setor de telemarketing. Quadrilhas organizadas também utilizam robocalls para disparar mensagens falsas e enganar vítimas de forma cada vez mais sofisticada.

“São ligações muito autênticas, parecem reais, fazendo com que as vítimas não consigam discernir que estão caindo num golpe”, disse Milagre, ao Fantástico.

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Ligações feitas por robôs: quais são os impactos para a população?

Além do risco de fraude, o medo de atender ligações desconhecidas pode levar a consequências sérias, como a perda de oportunidades de trabalho ou cuidados médicos. 

Essas práticas ilegais prejudicam também empresas que atuam de maneira correta. As empresas que contratam serviços baseados em dados obtidos de forma ilegal violam o Código de Defesa do Consumidor e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.

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Ligações feitas por robôs: saiba como se proteger de golpes por robocalls

Para não cair em armadilhas, especialistas recomendam:

  • Não fornecer informações pessoais ou dados bancários por telefone;
  • Desconfiar de qualquer pedido urgente de pagamento ou confirmação de dados;
  • Entrar em contato com o órgão ou empresa por canais oficiais;
  • Denunciar as tentativas de golpe à Polícia Civil, Polícia Federal ou aos próprios órgãos citados na ligação.

Caso tenha dúvidas sobre a veracidade de uma ligação, o Comprova disponibiliza um serviço de verificação de conteúdos suspeitos via WhatsApp, no número +55 11 97045-4984.

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Quais são as medidas adotadas pela Anatel no combate às Ligações feitas por robôs?

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) afirmou ao Fantástico estar empenhada no combate às ligações abusivas.

Segundo Cristiana Camarate, superintendente de relações com consumidores da agência, desde junho de 2022 já foram reduzidas 222 bilhões de chamadas nas redes brasileiras.

Uma nova medida, chamada “origem verificada”, também está sendo implantada. “Quando o seu celular tocar, vai aparecer o nome e a logo da empresa e o motivo pelo qual ela está te ligando”, explicou Camarate.

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