8 em cada 10 brasileiros temem assalto ao ver motos se aproximando, aponta Datafolha

8 em cada 10 brasileiros temem assalto ao ver motos se aproximando, aponta Datafolha

A pesquisa ouviu 3.054 pessoas maiores de 16 anos em 172 municípios de todas as regiões do país. A percepção de criminalidade também aumentou no último ano

O simples som de uma motocicleta se aproximando é suficiente para acender o alerta em grande parte da população brasileira. De acordo com a pesquisa divulgada nesse sábado, 12, pelo instituto Datafolha, 8 em cada 10 brasileiros relatam sentir medo de serem assaltados ao perceberem a chegada de uma moto. A sensação de insegurança é ainda maior entre mulheres, idosos e pessoas de baixa renda.

Realizada entre os dias 1º e 3 de abril, a pesquisa ouviu 3.054 pessoas maiores de 16 anos em 172 municípios de todas as regiões do país.

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O levantamento revela que 55% dos entrevistados afirmam sentir "muito medo" em situações envolvendo a aproximação de motocicletas, enquanto 26% dizem sentir "um pouco de medo". Apenas 19% relatam não sentir nenhum receio.

Medo de assalto: cenário é reflexo de insegurança pública

O cenário é reflexo de uma percepção mais ampla de insegurança vivida cotidianamente. A pesquisa também avaliou o medo de assaltos em nove situações corriqueiras, como usar o celular na rua, esperar por transporte público, parar no semáforo ou estar em um restaurante.

Em todas elas, a maioria dos entrevistados relatou algum grau de medo. A situação que menos causa temor, embora ainda significativa, é estar em um restaurante, com 31% afirmando ter um pouco de medo e 21% relatando muito medo.

A aproximação de motos foi a situação que gerou maior temor entre os entrevistados, superando até mesmo o uso de transporte público ou a entrada e saída de casa.

O medo é particularmente acentuado entre as mulheres, com 66% delas afirmando sentir muito medo ao ver uma motocicleta se aproximando, em comparação com 44% dos homens.

O recorte etário também revela discrepâncias em que 63% das pessoas com mais de 60 anos relatam intenso receio nessa situação, contra 49% dos jovens entre 16 e 25 anos.

A insegurança é ainda mais presente entre a população de baixa renda. De acordo com o levantamento, pessoas com renda familiar de até dois salários mínimos sentem mais medo do que aquelas que recebem acima de dez salários mínimos. Segundo os pesquisadores, essa diferença revela o impacto da desigualdade social sobre a vivência da violência urbana.

Medo de assalto: percepção de criminalidade aumentou no último ano

Além do medo em situações específicas, a pesquisa Datafolha revela que a percepção geral sobre a segurança pública piorou, pois 58% dos brasileiros acreditam que a criminalidade aumentou em suas cidades nos últimos 12 meses.

A percepção é mais negativa entre moradores de capitais e regiões metropolitanas (66%) e mulheres (62%). No entanto, mesmo em cidades do interior, metade dos entrevistados relatou agravamento da violência.

Questionados sobre a segurança em seus próprios bairros, 44% disseram acreditar que houve piora, enquanto 38% acham que a situação permaneceu a mesma. Apenas 19% veem alguma melhora.

A sensação de insegurança também tem impactos concretos: 1 em cada 10 brasileiros afirma ter tido o celular roubado no último ano. Esse número pode representar mais de 14 milhões de vítimas no país, segundo estimativas do próprio instituto.

Especialistas apontam que o medo constante modifica hábitos, escolhas e o modo como os brasileiros se locomovem e vivem suas rotinas. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, esse clima de tensão compromete o bem-estar da população e amplia as desigualdades sociais.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente da instituição, analisa que “o medo é um fenômeno político e social. Ele restringe a liberdade de ir e vir, especialmente de quem tem menos recursos para se proteger”.

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