"Estamos muito mais preparados", diz Socorro França sobre chegada dos deportados
É o terceiro voo que pousa em solo cearense desde a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos
Com a chegada do terceiro voo de deportados a Fortaleza – o quarto em solo nacional –, neste sábado, 15, a secretária dos Direitos Humanos do Ceará, Socorro França, afirmou que o Estado está mais estruturado para acolher os imigrantes que retornam ao Brasil.
Segundo ela, o governo estadual tem um planejamento cada vez compatível com as necessidades dos repatriados.
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“Sem dúvida, o Governo do Estado já tem uma preparação bem mais alinhada com as necessidades das pessoas que chegam ao Ceará para seguirem para seus destinos, que, geralmente, são o Sul e o Sudeste”, destacou a secretária.
O primeiro voo que pousou em solo brasileiro após a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi no dia 24 de janeiro.
A chegada tumultuada de 88 brasileiros algemados a Manaus levou o Governo Federal a revisar a logística, incluindo Fortaleza na rota, para reduzir o tempo em que os deportados permanecem algemados.
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Dessa data até hoje, a capital cearense passou a integrar a rota dos voos. O primeiro a pousar em Fortaleza chegou no dia 7 de fevereiro, com 111 brasileiros. O segundo, com 94 deportados, aterrissou em 24 do mesmo mês.
O terceiro, que chegou neste sábado, trouxe o maior número de pessoas em 2025. São 127, dos quais 97 são homens e 30 são mulheres.
“O primeiro voo foi muito diferente. Lembro que estava quase sem conseguir segurar a emoção, era uma tristeza profunda. No segundo voo, já percebi que chegaram com um pouco mais de alívio e alegria. Que neste terceiro voo, isso continue acontecendo e que essa recepção traga mais conforto para eles”, diz a secretária dos Direitos Humanos.
Mesmo com a aparente melhora no estado emocional, França ponderou que a situação continua sendo extremamente delicada.
“Muitos foram arrancados abruptamente de suas rotinas. Alguns estavam no supermercado quando foram abordados e deportados”, relatou.
Por essa razão, ela diz acreditar que a perspectiva de um acolhimento organizado ameniza o impacto. “Quando você sabe que será bem recebido, isso traz um certo alívio”.
Para Socorro França, as instituições governamentais têm unido esforços a fim de melhorar o atendimento aos deportados.
“O mais importante é garantir um rumo para essas pessoas, porque elas chegam aqui sem saber nada do que está acontecendo”, explica.
O voo que chegou hoje à Fortaleza foi o 49º recebido pelo Brasil desde 2022.
Acolhimento e suporte
O Governo do Estado, por meio da Secretaria dos Direitos Humanos, investe em um acolhimento humanizado. Segundo França, além do suporte emocional e da assistência social, os deportados recebem kits de higiene e alimentação logo ao desembarcar.
“Providenciamos de imediato um kit com escova de dentes, creme dental, sabonete, além de um sanduíche, suco e frutas higienizadas, conforme as normas da Anvisa”, detalhou.
Além disso, uma equipe de psicólogos, assistentes sociais e defensores públicos presta apoio para avaliar documentação e garantir a segurança de todos.