Número de mortes no Brasil por acidente aéreo em 2024 é o maior em onze anos

A quantidade de óbitos foi impulsionada pela queda do avião da Voepass, em 9 de agosto. Desde 2014, o País registrou 402 acidentes aéreos, com 846 mortes

19:36 | Dez. 29, 2024

Por: Estela Félix
FORMAÇÃO de gelo é cogitada como causa da queda (foto: NELSON ALMEIDA / AFP)

O Brasil encerrará o ano de 2024 registrando um recorde no número de mortes por acidentes aéreos nos últimos 11 anos: foram 138 mortes em 40 acidentes fatais neste ano. Os dados, com registros desde 2014, são do painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer), administrado pela Força Aérea Brasileira (FAB). A quantidade de óbitos foi impulsionada pela queda do avião da Voepass, em 9 de agosto, quando as 62 pessoas a bordo morreram. 

No painel, os números incluem mortes ocasionadas por acidentes com aviões e helicópteros. No ano passado foram registradas 77 mortes em 30 acidentes fatais e, em 2022, foram 36 acidentes fatais com 49 mortes. O segundo ano que aparece com mais mortes em acidentes aéreos é 2016 com o registro de 104 óbitos em 45 acidentes fatais.

Apesar de ser atualizado diariamente, ainda não estão registrados dois acidentes ocorridos em dezembro deste ano, pois as informações só são contabilizadas depois do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) concluir os relatórios dos acidentes. Um foi a queda de um avião de pequeno porte, no dia 20 de dezembro, em Manicoré, no Amazonas, que deixou 2 mortos. O outro foi a queda de um avião modelo PA-42-1000, no dia 22 de dezembro, em Gramado, no Rio Grande do Sul. Com esses dois acidentes, o número de mortes sobe para 150.

Desde 2014 o País registrou 402 acidentes aéreos, com 846 mortes. Ao incluir os registros dos dias 20 e 22 de dezembro, são 404 acidentes, com 858 mortes. O painel do Sipaer informa que a principal causa de acidentes com mortes é perda de controle em voo, além de falha e mau funcionamento do motor. São Paulo é o estado com mais acidentes aéreos, totalizando 321, seguido de Mato Grosso, com 192, e Rio Grande do Sul, com 164.