Anvisa proíbe venda do Insupril, suplemento alimentar que prometia curar diabetes

Empresa e suplemento comercializado pela Internet não haviam passado por registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária

12:26 | Dez. 24, 2024

Por: Beatriz Teixeira
Anvisa proíbe venda do Insupril, suplemento alimentar que prometia curar diabetes (foto: )

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma resolução proibindo a comercialização do Insupril, suplemento alimentar de componentes naturais. O produto estava sendo vendido com a promessa de curar a diabetes.

Um vídeo que circula nas redes sociais aponta o suplemento como um medicamento para ser usado no tratamento da doença. Nele, um suposto médico aparece falando sobre a eficácia do produto e afirmando falsamente que outros medicamentos usados globalmente não funcionam ou causam graves efeitos colaterais.

A empresa também declarava enganosamente em sua página na internet que o Insupril era registrado pela Anvisa e tinha sua eficácia aprovada pela agência. Ao g1, o órgão informou que essa era uma alegação falsa.

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Além disso, a agência explicou que a empresa não passou pelo processo de registro, algo obrigatório para suplementos alimentares, e que o produto não pode prometer cura para problemas de saúde, já que não é um medicamento.

É importante lembrar também que a diabetes não tem cura, apenas controle. Ela é uma doença que ocorre devido a falta de insulina, hormônio anabólico produzido pelo pâncreas responsável pela redução da glicemia e controle de açúcar no sangue.

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes estima que cerca de 20 milhões de pessoas são afetadas pela doença.

Insupril: O golpe

O vídeo que anunciava o Insupril teve ampla repercussão. De acordo com o g1, o site “Reclame Aqui”, que recebe queixa de consumidores, está com centenas de relatos de usuários que compraram o suplemento.

Eles vão desde queixas de problemas com a entrega a reclamações e denúncias sobre a eficácia do produto.

Antes da resolução publicada pela Anvisa, o vídeo já havia sido denunciado por Ana Bonassa, PhD em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) e também divulgadora científica no canal Nunca Vi 1 Cientista - que produz vídeos para o YouTube e Instagram desmentindo informações falsas.

No vídeo, ela denuncia o produto vendido como “picaretagem” e chama a atenção para o fato de que a empresa não revela qual seria a composição do suplemento e o que causaria a cura. Na legenda, Ana Bonassa também pontua que o suposto profissional de saúde que aparece no vídeo recomendando é, na verdade, um ator.

“Nunca abandone o seu tratamento para tentar algo novo da Internet. Você pode ficar com sequelas para o resto da vida e pode morrer”, escreveu a cientista.

O g1 também já havia desmentido a empresa no início de dezembro por meio de sua agência de checagem. A empresa responsável pelo Insupril havia divulgado em uma página uma publicação falsa que simulava uma notícia do site jornalístico e foi desmentida.