Jovem de 18 anos viraliza ao pedir que seu padrasto a adote como presente de aniversário
O pai biológico da jovem era contra a inclusão do nome do padrasto nos registros de Luiza. Assim, ela esperou até completar 18 anos para pedir que seu padrasto a adotasseLuiza Sabino, uma jovem de 18 anos natural do Paraná, emocionou milhões de brasileiros com seu pedido de presente de aniversário. Enquanto alguns desejariam uma viagem, um caro, algo luxuoso como presente, a estudante pediu um pai. Mas isso não significa qualquer figura paterna, o pedido foi endereçado exclusivamente para Luan Thalles Augusto, seu padrasto.
Em seu discurso durante a celebração de seu nascimento, Luiza começa dizendo que tem um presente para "uma pessoa muito especial" para ela. O presente, que veio acompanhado com o pedido de adoção, começou a se concretizar "há 13 anos", conforme relembra a jovem, emocionada.
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Com a voz embargada, ainda no começo do discurso, ela surpreendeu a todos os presentes com uma caixa e uma carta. Em seguida, se dirigiu a Luan e o abraçou em meio às lagrimas.
"Na primeira vez em que nos vimos, dentro do seu fusquinha em um encontro nada contra nada, eu nem imaginava que ali, eu acabava de conhecer o meu pai", contou Luiza ao revisitar o momento em que Luan entrou na vida dela e da mãe. Veja vídeo no fim do texto.
Como tudo começou?
Em entrevista ao O POVO, Luan Thalles Augusto, de 34 anos, contou que ele e Lylian Kelly Sabino, mãe de Luiza, se conheceram na faculdade de Direito e logo se apaixonaram. O casal, contudo, tinha receio de um relacionamento devido à pequena Luiza, que tinha apenas 5 anos na época. Os apaixonados mal podiam imaginar que, a partir dali, se formaria uma família unida por profundos laços de amor e afeto.
Tempos depois de iniciarem um namoro, em uma noite em que Luan dava carona para Lylian após a aula, Luiza apareceu no portão e bateu na janela do velho fusquinha que seu futuro pai dirigia. Foi ali, em uma noite comum no meio da semana, sem planejamento, que os dois se encontraram pela primeira vez. A partir de então, a família nunca mais se separou.
Na festa de aniversário, além do primeiro encontro, Luiza destacou um momento ainda mais sublime da relação com Luan: a primeira vez em que ela o chamou de pai. O feito, eternizado nas lembranças da infância de Luiza, ocorreu pouco após o casamento de Lylian com Luan.
Era domingo, e com a sagacidade inocente de uma criança, Luiza, seriamente chamou sua mãe para uma conversa. A pequena queria saber se a partir daquele momento ela poderia tratar Luan como pai. O coração de Luiza já havia decidido e com a confirmação da mãe, a primeira pergunta feita com a expressão "pai?", ocorreu naquela mesma noite e foi prontamente respondida por Luan com um sonoro e reconfortante "sim, filha".
“Meu relacionamento com a Luiza sempre foi muito divertido. Quando estamos juntos, sempre brincamos, damos risadas, e isso fez com que criássemos um vínculo muito bom”, completou Luan, que atua como empreendedor no município de Rolândia, onde a família reside.
Vínculo este que a jovem nutre e carrega com amor, entrelaçando memórias desde a infância. "Logo após te chamar de pai, adotei também seu sobrenome e sempre usei ele para mim, mesmo não podendo assinalo, sempre disse que queria adotar seu sobrenome para usá-lo em tudo e hoje eu quero pedir para ser reconhecido oficialmente como o meu pai", afirmou Luiza em sua fala durante o aniversário de 18 anos.
A longa espera pela formalização do vínculo de pai e filha
O tempo passou, e a relação familiar foi se fortalecendo naturalmente, com o pai cada vez mais próximo da filha. Mas os dois sentiam que algo ainda faltava para oficializar essa “união” de pai e filha.
“Sempre conversamos sobre a possibilidade da adoção”, conta Luan, mas uma questão judicial impedia o desejo dos dois. O processo desejado consiste na remoção do nome do pai biológico anteriormente registrado na filiação parental dos documentos para a inclusão da parte interessada na adoção.
Contudo, quando se é menor de idade, é necessário obter a autorização do pai biológico registrado no ato do nascimento para realizar tal alteração em virtude de uma adoção do filho, a menos que a família tenha entrado na Justiça com um processo de destituição do poder familiar, antes de dar entrada no pedido de adoção em si.
Assim, diante da negativa do pai biológico e das demais questões burocráticas, a estudante esperou. Ela se informou no cartório e preparou toda a documentação necessária, aguardando ansiosa para oficializar nos registros o nome de Luan enquanto seu pai para todos os efeitos legais.
No dia do seu aniversário de 18 anos, quando se tornou maior de idade, a jovem entregou para Luan a caixa com toda a documentação necessária para incluir o nome dele, enquanto pai, em sua certidão de nascimento e demais documentos.
“No dia da homenagem, eu não esperava nada do que aconteceu. Fui pego totalmente de surpresa, mas fiquei muito feliz... Com certeza foi um dos dias mais felizes da nossa vida em família”, afirmou Luan.
O procedimento ainda não foi oficializado em cartório, mas, após 13 anos de espera, ele se mostrou ansioso para oficializar na Justiça e ser finalmente reconhecido como pai de Luiza, em todos os sentidos e meios.