Conheça história da estudante que precisou retirar 10 kg de mama após caso raro de gigantomastia
Jovem mostra o ante e depois de remover cerca de 10 kg de tecido mamário em suas redes sociais; entenda o que é a doença que causa o aumento excessivo dos seiosAos 21 anos Thaynara Marcondes enfrentou momentos de medo e incerteza ao longo deste ano quando seus seios começaram a crescer de forma acelerada e repentina. Conforme a brasileira, cada seio chegou a registrar um crescimento de cerca de 750g por mês ao ponto de, juntos, pesarem mais de 10 kg.
A estudante de pedagogia foi diagnosticada com gigantomastia, condição rara que provoca o aumento excessivo do tecido mamário, e tem usado as redes sociais para relatar o caso e alertar os internautas sobre a condição.
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Thaynara passou meses sofrendo com dores e desconfortos físicos e emocionais enquanto aguardava exames que pretendiam esclarecer seu caso. Após a confirmação de gigantomastia, um novo drama: como viabilizar a cirurgia necessária e orçada em R$ 40 mil?
"Não estava mais aguentando. Eu sou magra, minha coluna estava horrível", expôs a jovem, residente de Mandirituba, na região metropolitana de Curitiba, em suas redes sociais.
O crescimento anormal dos seios começou de forma acelerada no início deste ano. "Minha tia foi a primeira a perceber, em fevereiro, que os meus seios estavam grandes. Eles cresceram em média 750 gramas por mês", relatou.
Jovem contou com doações e vaquinha online para poder realizar o procedimento que removeu cerca de 10 kg de tecido mamário
No dia 25 de outubro deste ano, Thaynara, enfim, conseguiu passar pela cirurgia de redução mamária. O procedimento durou quase 13 horas e resultou na remoção de 10 quilos de tecido mamário.
A cirurgia, que teve custo de R$ 40 mil, foi financiada por meio de doações. Durante o procedimento, foi utilizada a "Técnica de Torek". A abordagem envolve a remoção do volume excessivo de tecido mamário com a desconexão da aréola e do mamilo, que são posteriormente reimplantados.
Apesar da redução ter sido um sucesso, a cirurgia causou perda de sensibilidade na região e a incapacidade de amamentar.
Além disso, mesmo que o diagnóstico de gigantomastia tenha sido confirmado, os médicos que acompanham Thaynara ainda não sabem exatamente o que causou o crescimento descontrolado das mamas da jovem.
A estudante, agora em recuperação, aguarda os resultados de outros exames para descobrir a origem do problema e saber se as mamas podem voltar a crescer. Em sua conta do Instagram, Thaynara mostra seu processo pós-cirúrgico e tem investido na produção de conteúdo diário sobre sua rotina e seu quadro clínico.
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Com o procedimento concluído, Thaynara se sente aliviada, mas sabe que o acompanhamento médico continuará sendo fundamental.
"Estou muito feliz por ter feito a cirurgia. Agora, só quero viver minha vida com mais conforto e sem os olhares estranhos"
Thaynara Marcondes
Alvo de olhares e comentários nas ruas, a jovem destaca o impacto emocional da condição rara
Antes de apresentar o quadro de gigantomastia, Thaynara usava roupas no tamanho médio, mas logo precisou recorrer a roupas sob medida já que mesmo os maiores tamanhos disponíveis no mercado não serviam. Ela também relatou ser alvo de olhares e comentários nas ruas.
"Comecei a me preocupar depois que todo mundo começou a me olhar e apontar", afirmou, destacando o impacto emocional que a situação teve em sua vida.
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Diante do quadro, a estudante resolveu procurar ajuda médica. Em sua primeira consulta, conforme relembra, o mastologista cogitou a possibilidade de câncer, o que a levou a realizar uma série de exames.
No entanto, até o momento não foi possível identificar uma causa específica para o crescimento excessivo de seus seios.
Entenda o que é a gigantomastia, como funciona o diagnóstico e o tratamento
A gigantomastia é uma condição onde a mulher se encontra incomodada por ter as mamas muito volumosas, é o que explica Adriana Afonso, cirurgiã plástica de Fortaleza, Ceará.
“Muitas mulheres consideram as mamas grandes, mas esse nome gigante, são aquelas mamas muito volumosas. É complicado dizer a quantidade, porque para uma moça magra, que pesa ali 40 quilos, para ela, de repente, uma mama de um certo tamanho já seja um quadro de gigantomastia”, afirma a médica.
A médica afirma que não tem procedimento preventivo. “É uma questão do desenvolvimento genético. O controle do peso para as mulheres maduras ajudaria a não evoluir uma mama grande para uma situação de uma gigantomastia.”, alerta Adriana Afonso.
Entre os fatores que podem desencadear a gigantomastia estão a obesidade, distúrbios hormonais, diabetes, problemas endócrinos, uso de medicamentos específicos, entre outros.
Sobre as garantias do Estado sobre cirurgias específicas, como a da gigantomastia, a integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) explica que em Fortaleza existem hospitais com serviço de cirurgia plástica.
Adriana cita alguns: “Instituto Doutor José Frota (IJF), o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), o Hospital Universitário Walter Cantídio.”
“No caso de mulheres que se sentem incomodadas com essa condição e desejam reduzir suas mamas, elas podem pedir no Sistema Único de Saúde (SUS) um encaminhamento no programa”, explica a médica. Mesmo que não garantido, o procedimento pode ser aprovado e realizado no sistema público de saúde.
Como o caso de Thaynara era considerado extremo, a jovem optou pelo procedimento de forma particular, o que somente foi possível diante de uma rede de solidariedade e doações.