Apóstolo Rina foi acusado por agressão e estava afastado da igreja; entenda
Ex-esposa do pastor, Denise Seixas, o denunciou em junho deste ano por violência doméstica. Relembre o caso e entenda o que aconteceu
11:06 | Nov. 18, 2024
Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, 52 anos, conhecido como apóstolo Rina, morreu nesse domingo, 17. Rina fundou a Igreja Bola de Neve em 2000, com intuito de abordar o público jovem. Reconhecido como um líder cativante e com forte presença nas redes sociais, ele também chamou atenção por problemas judiciais.
Em junho deste ano ele foi denunciado pela ex-esposa, Denise Seixas, por violência doméstica. Relembre o caso e entenda o que aconteceu.
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Apóstolo Rina: denúncia de violência doméstica
Em junho deste ano, Rinaldo Pereira foi afastado de suas atividades na igreja Bola de Neve após a pastora e cantora gospel Denise Seixas denunciá-lo.
Denise obteve uma medida protetiva na Justiça de São Paulo após denunciar que foi vítima de agressões ao longo de todo o relacionamento, que incluíam agressão física, violência psicológica, intimidação, calúnia e difamação.
Enteado revelou situação violenta
A situação tornou-se pública pela primeira vez em abril de 2023 quando Nathan Gouvea, filho de Denise, compartilhou um vídeo que mostrava uma discussão entre a mãe e o padastro. Um ano e dois meses depois, as acusações foram formalizadas pela cantora gospel.
Em entrevista ao Uol, concedida em junho após a mãe realiza a denúncia à polícia, Nathan alegou que também sofreu violência física vinda do pastor. Além disso, afirmou que Rina desejou internar Denise em uma clínica psiquiátrica.
"Sempre houve uma cultura de muito medo na minha casa. Quando ele chegava, eu me escondia. Era muito pesado, ele fazia terror psicológico o tempo inteiro", afirmou. O enteado, que hoje tem 30 anos de idade, era um garoto de 6 anos Denise casou-se com Rinaldo.
Denúncias da ex-mulher
Em um dos episódios violência, Denise Seixas diz que Rinaldo lhe desferiu um soco no nariz, mas não o denunciou em razão de sua influência.
Ela disse, ainda foi obrigada a gravar vídeos desmentindo que Rinaldo seria um agressor, a fim de proteger sua imagem e reputação.
Denise ainda diz que, nos últimos dois meses de relacionamento, perdeu acesso às redes sociais e temia que alguém fizesse algo contra a sua reputação.
Ela também afirmou ter ficado sem acesso às suas finanças e que precisou recorrer a uma pessoa indicada por Rinaldo sempre que precisasse de dinheiro. As informações são do O Globo.
Medida protetiva
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar as acusações e Denise obteve uma medida protetiva de urgência, determinando que Rinaldo mantivesse uma distância mínima de 300 metros dela, de familiares e de testemunhas do processo. O pastor também estava proibido de se comunicar com ela.
Além da medida de proteção, o Tribunal de Justiça de São também ordenou que Rina entregasse todas as armas de fogo que tivesse registradas em seu nome.
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O pastor negava as acusações e dizia confiar na "apuração isenta e técnica de todos os fatos pela Polícia Civil e Ministério Público".
Apóstolo Rina foi afastado da igreja que fundou
A defesa de Rinaldo negou na época, mas a igreja anunciou o afastamento do líder religioso e a criação de um canal de ouvidoria para apuração de "possíveis falhas e má conduta". O conselho deliberativo assumiu o ministério e pediu perdão pela conduta do fundador.
“O Conselho Deliberativo, junto ao Apóstolo Rina, decidiu pelo afastamento do seu fundador para que se dedique integralmente a esclarecer os apontamentos apresentados e restabelecer sua saúde e a de sua família”, diz um trecho da nota.
Apesar disso, a igreja publicou uma nota de pesar pelo falecimento do pastor. "Neste momento de grande tristeza, nos colocamos em oração por sua família, amigos e toda a igreja que foi tão abençoada por seu ministério, deixando um legado que jamais será esquecido", afirma o texto postado nas redes sociais nesse domingo, 17. Rina negava as acusações e dizia confiar na apuração “técnica e isenta” dos fatos.
Outras acusações contra pastor Rinaldo Pereira
O apóstolo Rina também foi denunciado por uma ex-funcionária da igreja Bola de Neve. A mulher, de 39 anos, denunciou Rinaldo por importunação sexual.
O caso aconteceu em 2017, quando era funcionária dele na igreja. Porém, ela só registrou boletim de ocorrência em 10 de junho de 2024, depois que Rina foi denunciado por Denise.
Também em junho, o Uol ouviu, sob condição de anonimato, outras cinco pessoas muito próximas do pastor, que circulavam pela casa da família e pelos bastidores da Igreja Bola de Neve. Os entrevistados descreveram Rinaldo como um homem "autoritário", "poderoso", "que não admite ser questionado", um "homem dos nãos", aponta a reportagem.