'Doença da vaca louca': o que é e que se sabe sobre o caso suspeito em MG?

O caso deve se tratar de outra doença parecida, também neurodegenerativa, mas que não é causada pela carne bovina. Entenda o caso e veja mais sobre a doença

13:29 | Nov. 12, 2024

Por: Évila Silveira
Confira a seguir mais sobre o caso e entenda sobre Doença da Vaca Louca em animais e humanos (foto: Pexels/cottonbro studio)

Um caso suspeito da "doença da vaca louca" foi notificado em Caratinga, em Minas Gerais. O idoso, de 78 anos, encontra-se internado e amostras coletadas estão em análise, segundo informações do g1 Minas.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) de Minas Gerais, por meio da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Coronel Fabriciano, reforçou que é apenas uma suspeita.

Em nota, a SES-MG destacou que o caso provavelmente se trata de outra doença parecida, também neurodegenerativa. Confira a seguir mais sobre o caso e entenda sobre “Doença da Vaca Louca” em animais e humanos.

O que é a "doença da vaca louca"?

As Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis (EET) são doenças neurodegenerativas que acometem toda a estrutura do Sistema Nervoso Central (SNC) tanto em humanos quanto em animais, como bois.

A Encefalopatia Epongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como “mal da vaca louca”, é uma doença transmissível do sistema nervoso de gado adulto. Ela é causada pelo acúmulo de uma proteína anormal “príon”.

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, os sintomas da EEB clássica no animal é agressividade, dificuldade em manter-se em pé ou levantar-se, andar em círculos, etc. Ela é transmissível aos seres humanos por meio da ingestão da carne do animal acometido.

No entanto, a EEB clássica nunca foi registrada no Brasil e o País mantém o reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como país de risco insignificante para a doença desde 2012.

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'Doença da vaca louca': caso em MG pode ser outra doença

A Secretaria da Saúde mineira informou ao g1 Minas que o caso pode se tratar, na verdade, da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), na forma esporádica. Essa forma é a mais comum e acontece em 85% dos casos, mas não existem evidências indicando como ela é transmitida.

Ela comete humanos, na maioria das vezes pessoas idosas e com incidência de cerca de um caso por milhão de pessoas. A DCJ não está associada à “doença da vaca louca”.

Já a variante da Doença de Creutzfeldt–Jakob (vDCJ) é a que está associada ao consumo de carne e subprodutos de bovinos contaminados com a EEB. Ela acomete mais as pessoas jovens, abaixo dos 30 anos, diferente do paciente de Caratinga.

“A confirmação definitiva [de qual forma de DCJ o idoso foi acometido] só é possível por meio de exame neuropatológico de fragmentos do cérebro, em caso de óbito”, afirmou a pasta.

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Sintomas da DCJ e da vDCJ

A DCJ é uma doença neurodegenerativa, caracterizada por provocar uma desordem cerebral com perda de memória e tremores. É de rápida evolução, e de forma inevitável, leva à morte do paciente.

Indivíduos com a variante - vDCJ - apresentam um curso mais longo da doença. Eles apresentam maior tendência para manifestar sintomas psiquiátricos e mudanças de personalidade do que os pacientes com DCJ esporádica.

É importante destacar que desde que a vigilância da DCJ foi instituída no Brasil, nenhum caso da forma vDCJ (ocasionado pela carne bovina contaminada) foi confirmado. As informações são do Ministério da Saúde.