Empresário morto em aeroporto de SP carregava R$ 1 milhão em joias

Mala de empresário, delator de esquemas do PCC, tinha pelo menos 38 itens de alto valor; material está apreendido

17:08 | Nov. 10, 2024

Por: Rogeslane Nunes
O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach carregava mala com R$ 1 milhão em joias (foto: Reprodução/ Câmeras de segurança - Aeroporto Internacional de São Paulo)

O empresário ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, 38, morto a tiros na última sexta-feira, 8, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, carregava em sua bagagem R$ 1 milhão em joias trazidas da viagem a Maceió (AL).

O material foi apreendido pela Polícia Civil de São Paulo (PC-SP). Conforme o G1 SP, que teve acesso ao registro policial, feito primeiramente na delegacia de Cumbica, na mala havia pelo menos 38 itens de alto valor. Entre eles, anéis, pulseiras, colares e brincos.

Em posse do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), as joias, de acordo com a polícia, têm certificados de marcas de joalherias de luxo, como Bulgari e Cartier.

No ocorrido, após a execução de Antônio Gritzbach, sua então namorada, Maria Lúcia Helena Antunes,  teria pegado a mala e saído às pressas do aeroporto, junto de um policial militar, integrante da equipe responsável pela escolta do delator. As informações são da coluna de Josmar Jozino, do UOL

Maria Antunes prestou depoimento na madrugada desse sábado, 9, na DHPP. Fontes relataram à PCSP que o empresário viajou para a capital alagoana a fim de cobrar uma dívida. O pagamento teria sido realizado por meio das joias.

Confira os itens que estavam na bagagem do delator:

  • 11 anéis prateados;
  • 9 pares de brincos com pedras;
  • 6 pulseiras esverdeadas e douradas;
  • 2 colares prateados.

Investigado por participar do crime organizado, em 2023, o empresário assinou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) para entregar supostos esquemas de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC).

O delator também forneceu informações que acusavam dois policiais civis que trabalhavam no Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), o que levou à prisão dos dois agentes.

Como ocorreu a execução do empresário

Na última sexta-feira, 8, Antônio Gritzbach foi executado com 10 tiros. Conforme o registro da Polícia, foram cerca de pelo menos 29 disparos. O empresário foi atingido em seis regiões: quatro tiros no braço; dois no rosto; um nas costas; um na perna esquerda, um no tórax e um no flanco direito, área que fica entre a cintura e a costela.

Dois homens participaram da ação. Antônio Gritzbach foi alvejado por volta das 16 horas, no desembarque do Terminal 2 do aeroporto. Uma linha de investigação apura suposta participação da equipe de escolta no crime.

O empresário havia contratado quatro policiais militares para realizar a sua segurança. No momento do crime, nenhum dos membros da equipe estava presente. Um problema com a ignição do carro que deveria buscar o casal aconteceu.

O enterro da vítima foi realizado neste domingo, 10, na Zona Sul de São Paulo, no cemitério Parque Morumby. A cerimônia foi fechada para familiares e não houve velório.