PM acusado de matar Ágatha Felix é absolvido após júri popular considerar disparo acidental
Julgamento conclui que policial Rodrigo Soares não teve intenção de matar a menina de 8 anos, morta em 2019
18:13 | Nov. 09, 2024
Após um longo julgamento que durou até a madrugada deste sábado, 9, o policial militar Rodrigo José de Matos Soares foi absolvido da acusação de homicídio da menina Ágatha Felix, de 8 anos. A decisão foi tomada pelo juiz Cariel Bezzera Patriota após votação do júri popular, que concluiu que o tiroteio ocorrido em setembro de 2019, durante uma operação policial no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, foi acidental.
Durante mais de 12 horas de sessão no 1º Tribunal do Júri, sete jurados avaliaram o caso e, embora reconhecessem que Soares era o autor do tiro, entenderam que ele não pretendia matar Ágatha. Com base nessa decisão, o juiz proferiu a sentença: “Julgo a acusação improcedente e absolvo Rodrigo José de Matos Soares da prática do crime previsto no art. 121 [homicídio] §2º, incisos I e IV n/f do art. 73 do Código Penal”.
A defesa de Soares argumentou que o policial reagiu a um ataque de criminosos na UPP da Fazendinha naquela noite. Conforme o relato, por volta das 22 horas, soldados responderam a um suposto ataque, resultando no tiro que atingiu Ágatha, que estava em uma Kombi.
Segundo a Delegacia de Homicídios da Capital, o tiroteio ocorreu após Soares e outro policial confundirem uma moldura de alumínio na traseira de uma motocicleta com uma arma. O projétil teria ricocheteado em um poste e atingido a traseira do veículo onde estava a menina, que teve a traseira perfurada por estilhaços, causando sua morte.
Além disso, os especialistas detalharam a investigação, apontando que o incidente foi resultado de um erro, mas sem intenção de matar. Embora o júri tenha considerado que o policial distorceu sua versão inicial, concluiu que o tiro não foi intencional.