Empresário morto após delação contra PCC havia pedido reforço de segurança; policiais são afastados
O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto a tiros ao chegar em São Paulo. Ele teria pedido segurança ao MP para delação contra o PCC
23:34 | Nov. 09, 2024
O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, morto a tiros supostamente por membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), estava jurado de morte após ter sido apontado como mandante do assassinato de dois integrantes do alto escalão da facção criminosa em dezembro de 2021. A defesa alega que ele teria solicitado mais segurança em sua escolta ao Ministério Público (MP). I empresário foi assassinado na sexta-feira, 8, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
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Gritzbach já havia contratado quatro seguranças particulares, todos policiais militares, que estavam participando de sua escolta em São Paulo. Eles estão sendo investigados, pois, com a chegada do empresário ao aeroporto, apenas um dos seguranças estava presente no local.
Os outros três alegaram que o automóvel que utilizavam estava com problemas e que aguardavam o conserto enquanto o empresário chegava ao aeroporto.
Empresário morto: delação em torno do PCC
Em reunião com promotores divulgada pela TV Globo, o empresário havia informado que possuía diversas provas contra membros da facção e solicitava mais segurança por parte do órgão público. Caso contrário, ele se via como um “morto-vivo”.
O MP-SP declarou ao G1 que teria aceitado o pedido de reforço na segurança; contudo, a proposta foi recusada pelo próprio Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, que preferiu manter-se apenas com os quatro seguranças particulares.
Empresário morto: investigação dos quatro policiais
Os quatro policiais militares contratados para a escolta particular estão sendo investigados por uma possível colaboração com o crime. Os policiais Leandro Ortiz, Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César Ferreira de Lima prestaram depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação, e na Corregedoria da PM.
Eles foram afastados das funções na Polícia e tiveram celulares foram apreendidos para investigação. Uma das linhas de investigação do DHPP é que os seguranças do empresário teriam falhado de forma proposital, indicando o momento em que ele desembarcava no aeroporto.
A falha consistiria no fato de que, dos quatro seguranças, apenas um compareceu ao aeroporto para a escolta. Os policiais alegaram que o carro que buscaria o empresário no aeroporto quebrou no caminho, e três permaneceram na localidade acompanhando o conserto do veículo.