Iraniana é resgatada de mesquita após denunciar agressões do marido

A mulher disse à polícia que estava sendo pressionada por pessoas ligadas ao marido para retirar a denúncia a fim de que o homem fosse solto

Uma iraniana que vive no Rio de Janeiro foi resgatada nesta sexta-feira, 11, de uma mesquita no estado de São Paulo, onde estava sendo mantida com os dois filhos. Depois da situação, neste sábado, 12, ela foi levada de volta para o RJ. A mulher está em um abrigo sob proteção da Polícia Civil do estado.

O marido da mulher foi preso no domingo, 6, após ela prestar queixa por violência doméstica. A iraniana, no entanto, disse à polícia que estava sendo pressionada por pessoas ligadas ao marido para retirar a denúncia a fim de que o homem fosse solto.

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A vítima foi encontrada após uma amiga denunciar o caso à Delegacia de Atendimento à Mulher no Rio de Janeiro. A partir do relato, a Polícia Civil do Rio, com apoio do Departamento-Geral de Polícia de Atendimento à Mulher e da Delegacia Antissequestro de São Paulo, localizou a iraniana.

Ao ser ouvida, ela disse que estava no local de forma consentida, mas solicitou retorno ao Rio de Janeiro, ficando atendida pelo programa de proteção feminino, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Iraniana denunciou violência doméstica e teme repatriação

Também à polícia, a mulher disse que, no dia da prisão, o marido começou a gritar com ela e o filho começou a chorar. Ela pediu para que ele não gritasse, mas ele bateu, deu chutes e agarrou o rosto dela na tentativa de a estrangular.

Depois disso, ela teria sido agredida outras vezes e ameaçada de morte. O marido afirmou em depoimento que estava ensinando persa para o filho e que a criança começou a chorar porque a mãe estava pressionando-o.

Ele cita que pediu para que a mulher parasse de pressionar a criança e, depois disso, entraram em uma discussão em voz alta, mas, afirma ele, "nada fora do normal".

Segundo a Polícia Civil, a mulher passou por exame de corpo de delito, onde foi confirmada a agressão.

Ela afirma que pertence ao centro islâmico e pode ser expatriada para o Irã, onde poderia ser submetida as severas consequências impostas pelo país às mulheres que desobedecem aos maridos.

A investigação está sob sigilo para preservar a vítima, e diligências continuam para esclarecer os fatos.

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