Mulher mantida em cativeiro pelo tio por 10 anos é resgatada na Bahia

O suspeito de 43 anos teria dado um celular à jovem há oito meses e, por meio do aparelho, ela pediu ajuda

A Polícia Civil do Espírito Santo (PC-ES) realizou uma operação, nessa sexta-feira, 20, com o objetivo de libertar uma mulher de 25 anos mantida em cativeiro pelo tio há quase dez anos, em Jucuruçu, no sul da Bahia.

Conforme a corporação informou ao G1 Bahia, a mulher foi raptada em 2015, na localidade de Rio Bananal, no Espírito Santo, que fica a 450 km de distância de Jucuruçu. A vítima entrou em contato com a família por meio de uma rede social e pediu socorro.

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A operação foi liderada pela Polícia Civil do Espírito Santo (PC-ES), por meio da Superintendência de Polícia Norte e da 16ª Delegacia Regional de Linhares, com o apoio da Delegacia de Polícia (DP) de Rio Bananal e da Promotoria de Justiça de Rio Bananal. De acordo com a PC-ES, a Polícia Militar da Bahia apoiou a operação.

Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público do Espírito Santo, o suspeito de 43 anos teria dado um celular à jovem há oito meses e, por meio do aparelho, ela pediu o resgate.

Em seguida, os agentes de segurança se dirigiram ao cativeiro, localizado em uma área de difícil acesso. Ao chegarem no perímetro, localizaram e libertaram a vítima, apreenderam três armas de fogo de fabricação caseira, incluindo uma calibre 12 e um revólver calibre 38, munições e documentos falsos. O armamento não possui autorização legal.


Ao perceber a presença dos policiais, o suspeito conseguiu empreender fuga para a mata. As equipes continuam com as buscas a fim de localizar e prender o homem.

"O criminoso conhecia muito bem a área e, apesar de ser perseguido pelos policiais por um longo período, conseguiu evadir. Continuamos as buscas para capturá-lo", explicou Fabrício Lucindo, delegado da 16ª Delegacia Regional de Linhares, no Espírito Santo, ao G1 Bahia.

Mulher mantida em cativeiro pelo tio: abuso sexual e agressões físicas

Aos órgãos investigadores, a vítima relatou ter começado a se sentir coagida em 2014, quando o suspeito cometeu o primeiro crime de abuso sexual contra ela ao descobrir que mantinha “paqueras” na escola.

Aos 15 anos, a jovem foi sequestrada em Rio Bananal, no norte do Espírito Santo, e levada para Teixeira de Freitas, no sul da Bahia. À época, ela deixou uma carta para a família.

Ao chegar na Bahia, passou a ser deixada trancada em casa. O suspeito a ameaçava, dizendo que se ela tentasse fugir do local, mataria ela e a família.

Desde o ocorrido, só saía de casa na companhia do homem e era vigiada o tempo todo. A vítima deixou de frequentar a escola a mando do suspeito, que também monitorava ocasionais conversas dela com outras pessoas.

Devido aos abusos sexuais, a vítima chegou a engravidar, contudo, o bebê morreu 21 dias após o nascimento.

A jovem era levada pelo suspeito para outros municípios, como Vitória, no Espírito Santo, e depois para Jucuruçu, onde chegou com 18 anos de idade. As viagens, contudo, só eram feitas de carro, nunca de ônibus.

A vítima era obrigada a trabalhar na roça e, como pagamento, o suspeito lhe dava R$ 100. Agressões físicas contra a jovem ocorriam com frequência.

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