Seca faz governo avaliar novo horário de verão para economizar energia
O horário de verão foi instaurado no Brasil em 1931, mas foi suspenso em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro
07:57 | Set. 12, 2024
O governo informou que está avaliando reimplantar o horário de verão, suspenso desde 2019, para economizar energia e aliviar a demanda do sistema elétrico nas horas de pico, em um momento em que o Brasil enfrenta a pior seca desde que há registros.
O anúncio foi realizado na quarta-feira, 11, durante a coletiva de imprensa que ocorreu após a Cerimônia Nova Indústria Brasil - Missão 4: Indústria e Revolução Digital.
Na ocasião, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou que a reimplantação do horário de verão "pode ser uma boa alternativa para você poupar energia"
"É algo que está colocado na mesa", admitiu o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a jornalistas em Brasília.
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Silveira comentou, no entanto, que a medida, que divide a sociedade, está em "fase de avaliação" devido às suas implicações no sistema energético e na atividade do país.
Ele assegurou que a possível implementação da medida se deve ao fato de que o Brasil enfrenta atualmente "um momento realmente crítico, de despache térmico de ponta", quando os brasileiros retornam do trabalho, ligam dispositivos eletrônicos e tomam banho.
Essa alta no consumo coincide com o momento do dia em que a energia solar e eólica, que sustentam a vasta rede hidrelétrica, diminuem, explicou ele.
Descartando qualquer risco de racionamento ou falta de energia elétrica, Silveira afirmou que a mudança de horário poderia ajudar a "diluir" a demanda nas horas de pico e a fortalecer o sistema.
Além de enfrentar a pior seca desde que há registros, nos anos 1950, o Brasil enfrenta há meses uma série de incêndios que, além de devastar recursos naturais, colocam em risco parte da infraestrutura elétrica.
Horário de verão
O horário de verão foi instaurado no Brasil em 1931, mas foi suspenso em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, sob o argumento de que seus benefícios não eram consideráveis e que era impopular.
A medida, que vigorava entre o primeiro domingo de novembro e o terceiro de fevereiro, consistia em adiantar uma hora no relógio para economizar energia aproveitando a luz natural.