Oito casos de possível transmissão vertical da febre oropouche são investigados no Brasil

Ceará registrou morte fetal e o Acre de um bebe recém nascido

Oito casos de transmissão vertical (passada da mãe para o bebê durante a gravidez ou parto) da febre oropouche são investigados pelo Ministério da Saúde (MS). Os registros foram em três estados: Pernambuco, Bahia, e Acre. Conforme as informações, metade das crianças nasceu com anomalias congênitas, entre elas a microcefalia, já a outra metade morreu. No Ceará, Secretaria da Saúde investiga um possível caso. 

O caso do Ceará ainda passa por exames laboratoriais para atestar a causa do óbito. “Não havia outros motivos que pudessem ser associados à perda fetal, e era uma paciente que vivia em uma área de Capistrano onde tinha outros casos”, afirma o secretário executivo de Vigilância em Saúde, Antonio Silva Lima Neto (Tanta), durante seminário sobre a doença realizado na última semana no Ceará. 

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A gestante de 40 anos, residente de Capistrano, no Maciço de Baturité, teve infecção confirmada e a morte do feto ocorreu na 34ª semana de gestação. 

Caso no Acre

No dia 8, deste mês, o MS registrou o caso de um bebê que nasceu com anomalias congênitas que podem estar relacionadas à transmissão vertical da febre oropouche. Em nota, a pasta informou que o bebê faleceu antes dos 47 dias de nascido.

Exames feitos após o parto acusaram a infecção. A mãe, de 33 anos, já vinha apresentando erupções cutâneas e febre no segundo mês de gestação.

“Exames realizados nos laboratórios do Instituto Evandro Chagas, em Belém, apontaram a existência de material genético do vírus em diferentes tecidos do bebê, que nasceu com microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas. A análise também descartou outras hipóteses diagnósticas”, informou o Ministério no comunicado.

MS relata ainda que vem a relação direta de com os casos e a febre ainda precisa de “investigação mais aprofundada”, que vem sendo acompanhado pelo governo federal e pela Secretaria de Saúde do Acre.

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Sobre a febre

A oropouche é uma arbovirose, ou seja, é uma doença viral. As mais conhecidas da população são dengue, zika e chikungunya, sendo o mosquito Aedes Aegypti considerado o vetor destas doenças.

No caso específico da oropouche, ela é transmitida pelo Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. E diante do interesse do mosquito por materiais orgânicos, é recomendado que as pessoas conservem os quintais limpos, para evitar o acúmulo de folhas e lixo orgânico doméstico, além de usar roupas compridas e sapatos fechados em locais com muitos insetos.

Números

Dados do Ministério da Saúde indicam que, até 6 de agosto, foram registrados 7.497 casos de febre do oropouche em 23 estados. A maior parte foi identificada no Amazonas e em Rondônia. Até o momento, duas mortes foram confirmadas na Bahia e um óbito em Santa Catarina está em investigação.

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