Voo 2283: Médica escapa de acidente após atender pedido do pai

Ela iria para o Rio de Janeiro, onde mora e faz especialização. Pai diz que teve pressentimento e pediu à filha para ficar mais um dia em Cascavel, no Paraná

12:56 | Ago. 11, 2024

Por: Carlos Viana
A médica Juliana Chiumento ouviu pressentimento de pai, adiou viagem e não embarcou no voo 2283 (foto: Reprodução/ RPC)

A médica Juliana Chiumento tinha viagem marcada na última sexta-feira, 9, no voo 2283, da Voepass, cuja queda matou 62 pessoas ao cair no interior de São Paulo. A médica, porém, acabou remarcando a volta para casa após um pedido de seu pai, Altermir Chiumento.

"Então filha, se você conseguir ir para sábado, vai sábado de manhã. Melhor, vai mais sossegada, tranquila, de boa. Chegue tardezinho lá, descansa, vê aí, que se você conseguir marcar pra sábado, você marca pra sábado", disse o homem, em áudio enviado à filha pelo WhatsApp.

O voo 2283, da Voepass, saiu de Cascavel (PR) no fim da manhã da última sexta-feira, 9, e caiu minutos antes do pouso, previsto para o aeroporto de Guarulhos (SP). A aeronave transportava 58 passageiros, uma cadela e quatro tripulantes. Todos acabaram morrendo na tragédia.

Juliana viajaria para o Rio de Janeiro, onde mora e faz uma especialização. Algumas das vítimas do acidente eram amigas da médica.

"A cabeça está a mil, mas graças a Deus tenho muito suporte e está todo mundo me dando muito apoio, mas eu preciso voltar, eu moro no Rio de Janeiro, vou para lá estudar, fico nessa ponte Rio de Janeiro a Cascavel, sempre fazendo conexão em Guarulhos. Toda vez que eu colocar os pés neste aeroporto, subir em um avião, vou lembrar desse livramento que Deus me deu", contou a médica.

"Pressentimento de pai. Eu disse 'filha, fica mais uma com o pai aqui' e ela disse que ia tentar remarcar para sábado. [...] estou todo dia orando pelos meus filhos. [...] muito motivos para agradecer", relembrou o pai da médica, em entrevista à RPC.

O acidente é o maior no Brasil com vítimas fatais desde a queda do avião da TAM (atual Latam), em 17 de julho de 2007, quando 199 pessoas morreram.

De acordo com a Voepass, empresa responsável pelo voo, a aeronave decolou com todos os sistemas aptos para o voo, sem nenhuma restrição.

O avião voou normalmente por 1h35min, quando fez uma curva brusca e caiu de uma altura de 4 mil metros em apenas um minuto.