Mãe da médica vítima de acidente aéreo diz que agora é 'Transformar dor em indignação'
Fátima Albuquerque lamentou a morte da filha, mas destacou sua indignação com as condições da aeronave
17:17 | Ago. 11, 2024
Após fazer a identificação do corpo da filha, a médica Arianne Albuquerque Estevam Risso, de 34 anos, a empresária Fátima Albuquerque não escondeu sua indignação sobre o acidente aéreo que vitimou 62 pessoas na última sexta-feira, dia 9.
“Nesse momento nós temos que transformar a nossa dor em indignação, gente. Esses aviões, nós temos aí dezenas, centenas de vídeos já dizendo que eles (os aviões) estavam colocando todo mundo em risco”, desabafou à imprensa ao sair do Instituto Médico Legal, em São Paulo.
“O Ministério Público não viu isso? A Anac (Agência Nacional de Aviação) não viu isso? Quantos filhos, quantas mães vão ter que morrer?”, completa.
"Eu acho que o Ministério Público tem responsabilidade, a Anac tem responsabilidade e, claro, os donos da empresa, que eu nem sei quem (são). Se eu sou dona de um carro todo com problema com o motor e eu alugo ele, eu sou culpado", considera.
Em nota publicada na sexta-feira, 9 a Anac lamentou o ocorrido com a empresa Voepass e afirmou estar “monitorando a prestação do atendimento às vítimas e seus familiares pela empresa, bem como adotando as providências necessárias para averiguação da situação da aeronave e dos tripulantes”.
A agência ainda acrescentou que acompanha os desdobramentos das investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
“Minha filha era cheia de olheiras, porque ficava horas e horas dentro da UTI, sabe? A vontade dela era estar salvando vidas, alentando doentes, afagando famílias. Ela estava indo pra um congresso de oncologia ‘numa’ alegria imensa”, lamenta Fátima.
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Mãe lamenta morte de médica vítima de acidente aéreo: Arianne era filha única
Arianne Albuquerque Risso era residente de oncologia clínica no Hospital do Câncer de Cascavel (PR) e viajava no voo 2283 rumo a um congresso médico em Curitiba. A médica estava acompanhada de uma colega, Mariana Comiram Belim, que também não sobreviveu.
Em entrevista ao jornal O POVO, Fátima e a tia de Arianne, Rosângela, compartilharam a dor pela perda, além de relembrarem a trajetória da médica em vida. “A Arianne era uma menina doce, meiga, era muito esforçada e vivia para estudar. O sonho dela era ser médica, desde os 9 anos de idade ela já pensava em ser”, revelou Rosângela.