Voo 2283: resgate dos corpos termina 29 horas após queda do avião

Todos, sendo 34 corpos masculinos e 28 femininos, foram encaminhados para a unidade central do IML de São Paulo para a identificação e liberação das famílias

O trabalho de resgate dos corpos das 62 vítimas do acidente aéreo com o voo 2283 da Voepass Linhas Aéreas (antiga Passaredo) levou 29 horas. Os trabalhos foram concluídos às 18h30 deste sábado, 10, conforme informou a Defesa Civil Estadual paulista.

Todos os corpos, sendo 34 corpos masculinos e 28 femininos, foram encaminhados para a unidade central do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo para a identificação e liberação das famílias. O órgão comunicou que "a unidade segue com atendimento ininterrupto e exclusivo às vítimas do acidente aéreo". 

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"O último corpo que a gente precisava retirar das ferragens do avião foi retirado. A nossa prioridade, que era a retirada dos corpos já foi concluída", informou Olívia Perroni, tenente e porta-voz do Corpo de Bombeiros de São Paulo, ao Uol no início desta noite.

Ainda segundo os bombeiros, "50 corpos já estão no IML e 12 logo estarão a caminho". Agora o Corpo de Bombeiros continua atuando na retirada dos destroços do avião e não há previsão para o fim dos trabalhos no local — um condomínio residencial no município de Vinhedo.

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Voo 2283: IML trabalha na identificação dos corpos

Ainda segundo a Defesa Civil, dois corpos foram reconhecidos até às 18h30min deste sábado e 30 foram necropsiados e radiografados.

Por um exame datiloscópico, que analisa as impressões digitais da pessoa, foram identificados os corpos do piloto Danilo Santos Romano, de 35 anos, e do copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva, de 61 anos.

Eles estavam na cabine, parte da aeronave que ficou mais preservada. Conforme os bombeiros, a parte mais prejudicada do avião foi onde estavam os 58 passageiros e os demais tripulantes.

Todas as vítimas serão identificadas com o uso de três métodos: impressão digital, odontologia (arcada dentária) e exames genéticos. Informações sobre tatuagens e fraturas também podem ajudar na identificação.

No trabalho de recebimento e identificação dos corpos, o Instituto Médico Legal Central está atuando com aproximadamente 20 médicos, além de equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia.

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Voo 2283: familiares chegam a São Paulo

Os familiares das vítimas foram acomodadas em um hotel na região central de São Paulo e depois receberão acompanhamento psicológico e serão encaminhados ao Instituto Oscar Freire.

Até às 18h30min, oito famílias foram recebidas e estão sendo atendidas no local pelo governo do estado.

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Os familiares também estão sendo orientados sobre a documentação médica que auxilie na identificação dos corpos, além da coleta de materiais biológicos para a realização de exames genéticos. A Secretaria de Desenvolvimento Social está monitorando os atendimentos.

Voo 2283: caixas-pretas são abertas; relatório preliminar pode levar 30 dias

Na manhã deste sábado, os dois gravadores de voo, popularmente conhecidos como caixas-pretas foram transferidas para o Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (Labdata) do Cenipa, em Brasília (DF). Elas são fundamentais para a investigação das causas do acidente.

O Cockpit Voice Recorder (CVR - gravador de voz da cabine), registra as conversas entre piloto e co-piloto, deles com os comissários de bordo e com o controle de tráfego aéreo. E o Flight Data Recorder (FDR - gravador de dados de voo), contém as informações e parâmetros da aeronave, como a altitude, velocidade, posição das manetes, botões acionados, além de outros dados técnicos da aeronave ao longo do trajeto.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), divulgou imagens da abertura das duas caixas-pretas do avião. A extração e degravação de dados foram iniciados pelos investigadores e prosseguirão de maneira ininterrupta pelas próximas horas.

A investigação avançará para a fase de análise de dados após a conclusão desta etapa inicial, em Vinhedo. O relatório preliminar do acidente deverá ser divulgado no prazo de 30 dias.

A Força Aérea Brasileira (FAB), esclareceu que o Cenipa é referência internacional nessa área de investigação, mas que, se não conseguir extrair os dados e áudios, pode contar com a ajuda da fabricante.

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