Brasil avança na imunização e sai da lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas

O número de crianças brasileiras que não receberam nenhuma dose da vacina da Tríplice Bacteriana caiu de 418 mil em 2022 para 103 mil em 2023

08:07 | Jul. 17, 2024

Por: Heron Enzo/ especial para O POVO
Em 2023, 13 das 16 principais vacinas do calendário infantil apresentaram aumento das suas coberturas vacinais (foto: Samuel Setubal)

O Brasil avançou na imunização infantil e saiu da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas no mundo. O dado faz parte das estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef),que lançou novos relatórios sobre imunização infantil em âmbito global nessa segunda-feira, 15.

Em 2021, o Brasil ocupava o 7º lugar nesse ranking e, em 2023, não fez mais parte da lista. Foi justamente no ano passado que 13 das 16 principais vacinas do calendário infantil apresentaram aumento das suas coberturas vacinais em todo o Brasil, se comparadas às coberturas registradas em 2022.

Em 2023, o governo brasileiro anunciou o Movimento Nacional pela Vacinação, com o objetivo de retomar a confiança da população na ciência, no Sistema Único de Saúde (SUS) e nas vacinas.

"Logo que assumimos a gestão, demos largada no Movimento Nacional pela Vacinação, um grande pacto para a retomada das coberturas vacinais. O Zé Gotinha viajou pelo Brasil, levando a mensagem de que vacinas salvam vidas. E hoje, com o reconhecimento do Unicef e da OMG, confirmamos que o Brasil se destacou positivamente com a retomada das coberturas vacinais”, disse Nísia Trindade, ministra da Saúde, em nota.

O relatório da OMS/Unicef mostra que, no Brasil, o número de crianças que não receberam nenhuma dose da vacina da Tríplice Bacteriana (DTP) 1, que protege contra a difteria, o tétano e a coqueluche, caiu de 418 mil em 2022 para 103 mil em 2023.

A quantidade de crianças brasileiras que não receberam a dose da DTP 3 também caiu de 846 mil em 2021 para 257 mil em 2023. No Brasil, a DTP é administrada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, relembra que o Brasil começou a ver a perda de conquistas importantes do programa de vacinação, como a erradicação da varíola e a eliminação da circulação do vírus da poliomielite.

“Tudo isso foi possível com o empenho e o trabalho dos profissionais da saúde e dos gestores estaduais e municipais. Nosso agradecimento a todos aqueles que se mobilizaram, que levaram as crianças para atualizar a caderneta de vacinação e que confiaram no Sistema Único de Saúde”, completou a ministra.

Defesa das vacinas

O Governo Federal também lançou, em 2023, o programa Saúde com Ciência, iniciativa inédita em defesa da vacinação voltada ao enfrentamento da desinformação. A proposta, de acordo com o governo, faz parte da estratégia para recuperar as altas coberturas vacinais do Brasil. 

Com o objetivo de fortalecer as políticas de saúde e a valorização do conhecimento científico, o Saúde com Ciência é composto por cinco pilares que envolvem cooperação, comunicação estratégica, capacitação, análises e responsabilização. O programa prevê ainda ações para identificar e compreender o fenômeno da desinformação, promover informações íntegras e responder aos efeitos negativos das redes de desinformação em saúde de maneira preventiva.

A estratégia interministerial é coordenada pelo Ministério da Saúde e pela Secretária de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), com a parceria dos ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Ciência e Tecnologia e Inovação, e com a Controladoria-Geral da União (CGU) e Advocacia-Geral da União (AGU), garantindo atuação em diferentes frentes.