Ex-namorado planejou ataque com soda cáustica na prisão e pelo celular
Marlon Neves, ex-namorado da vítima Isabelly Moro, teria encomendado o ataque por meio da atual companheira, Débora Custódio, enquanto estava encarcerado
Encarcerado, o ex-namorado de Isabelly Aparecida Ferreira Moro, jovem atingida por soda cáustica em maio último, planejou o crime pelo celular e de dentro do presídio, aponta o Ministério Público do Paraná (MP-PR).
Marlon Ferreira Neves teria encomendado o ataque à atual namorada, Débora Custódio. Ela foi presa dois dias depois do crime. Ao analisar dados do celular de Débora, o MP constatou que o ataque foi planejado.
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“Eles conversam sobre o disfarce, sobre a peruca, sobre a roupa, como ela iria se esconder depois que praticasse o crime. Ele exerce uma pressão nela para cometer o crime”, disse Caroline Fernandes, delegada responsável pelo caso.
“Em alguns momentos, ela diz que não vai fazer, chega a recuar na prática do crime, mas ele determina que ela faça”, acrescentou a policial.
As investigações sugerem que Débora estudou a rotina de Isabelly para surpreendê-la. Áudios no celular da agressora indicam a motivação do crime e que Marlon tinha “verdadeiro domínio do fato criminoso”, conforme o MP.
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O que dizem os advogados de Marlon e Débora?
Em nota enviada ao portal G1 Paraná, Jean Campos e Laís Vieira, advogados de defesa de Débora Custódio, sublinham que a cliente agiu “sob coação, executando o crime por medo e temor, sem ter outra alternativa”.
Já Igor Ogar, advogado responsável pelo acusado, pontuou que Marlon não cometeu tentativa de homicídio. Por isso, “não pode responder por algo além do que praticou, pois não existe nada que prove dolo na sua conduta”.
Por que Marlon estava preso?
Conforme inquérito da Polícia Civil, Marlon se envolveu, junto do irmão, em confusão em um posto de combustíveis de Jacarezinho, município a 385 quilômetros (km) de Curitiba, onde também ocorreu o ataque a Isabelly.
Câmeras de vigilância flagraram Marlon carregando um pedaço de madeira para agredir um homem. Segundo a polícia, após agressões, ele roubou o celular da vítima e fugiu, na sequência, ao lado do irmão.
Os dois foram presos e condenados a sete anos e cinco meses pelo crime. Eles poderão recorrer da sentença, mas vão continuar detidos. Em depoimento, Marlon negou a autoria do roubo. Na versão dele, a confusão no posto havia iniciado porque algumas pessoas o teriam desrespeitado.