Sindicatos de servidores universitários federais assinam acordo de greve com governo

Na sexta-feira, 28, os docentes das universidades federais do Ceará farão assembleia geral para definir o calendário de retomada das atividades letivas

As representações sindicais dos servidores das universidades públicas federais assinaram nesta quinta-feira, 27, o acordo de greve que consolida as propostas do governo aceitas pelas categorias. Professores e técnicos-administrativos apontam avanços no atendimento das demandas, mas ressaltam relação esmorecida com o governo no decorrer do movimento paredista. 

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Os ministros da Educação, Camilo Satana, e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, e o secretário de Relações do Trabalho, José Feijó, estiveram presentes na assinatura do acordo. De acordo com Daniel Farias, diretor da Fasubra, este foi o único acordo que a ministra Dweck esteve presente.

Na sexta-feira, 28, os docentes da Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Cariri e Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) farão uma assembleia geral para encerrar a greve oficialmente e definir o calendário de retomada das atividades letivas.

O presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Gustavo Seferian, explica que a categoria dos professores fez ampla rodada de assembleias que indicaram a assinatura do acordo e a saída da greve. Para ele, o documento cristaliza conquistas importantes, porém insuficientes. “Não alcançam a integralidade das demandas”, afirma.

Uma das principais solicitações das categorias era de reajuste ainda em 2024. No entanto, o governo não concedeu, se comprometendo com a recomposição salarial apenas a partir do ano que vem. O reajuste linear até 2026 será de 12,8%, sendo 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026 para os professores. Para os técnicos-administrativos, o reajuste será de 9% em 2025 e de 5% em 2026.

“O governo se mostrou bastante inflexível na lida com essa nossa demanda, interditando a realização de reajustes e congelando o salário dos servidores da educação neste ano. Vejo de uma forma muito infeliz por parte do governo não ter sinalizado qualquer espécie de indicativo orçamentário ainda no curso deste ano, tendo prestigiado outros segmentos, como o da segurança pública”, diz Gustavo.

Daniel Farias, diretor da Fasubra, federação de sindicatos de trabalhadores-técnico administrativos das universidades públicas, uma das principais conquistas foi a progressão na carreira por Reconhecimento de Saberes e Competências.

“Com a última proposta que o governo apresentou à categoria, ela achou que houve avanços e conquistas. Realmente pela primeira vez a gente sentiu que estava tendo uma negociação, então foi muito bem vista”, relata Daniel. Os técnicos-administrativos chegaram a entrar em greve ainda em março, antes dos docentes.

Apesar das demandas atendidas, Gustavo analisa que houve um esmorecimento da relação do movimento sindical com o governo federal no decorrer da greve. “As coisas desandaram um pouco, o governo federal teve uma série de práticas antissindicais, bastante antidemocráticas”, opina.

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Camilo Satana

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