Doação de órgãos: cidadãos podem manifestar vontade por meio de documento digital

O intuito da iniciativa é garantir que o maior número de pessoas possa fazer a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos, Tecidos e Partes do Corpo Humano e compartilhar o ato de generosidade

O cidadão que deseja ser doador de órgãos poderá manifestar e formalizar a sua vontade por meio de um documento oficial, feito digitalmente em qualquer um dos 8.344 cartórios de notas do Brasil. A iniciativa da Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos, Tecidos e Partes do Corpo Humano (Aedo) foi instituída pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o Colégio Notarial do Brasil, no último dia 27 de março.

Em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri, o tabelião de notas do município de Redenção, Renan Moreira, explicou que a modalidade tem por objetivo assegurar que o desejo de doar os órgãos seja cumprido, visto que, na maioria das vezes, os familiares têm uma opinião diferente.

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“A novidade que a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos, Tecidos e Partes do Corpo Humano traz é a possibilidade de, a pessoa em vida, manifestar a sua vontade, que vai prevalecer sobre a declaração, eventualmente feita após a morte, pelos familiares”, explicou Renan.

A declaração de autorização é feita por meio do site www.aedo.org.br, e o procedimento é totalmente remoto e gratuito. O intuito da iniciativa é garantir que o maior número de pessoas possa realizar a Aedo e compartilhar o ato de generosidade.

Quando questionado sobre o número de adesões à modalidade por cidadãos no Ceará, o superintendente afirmou que, por ser muito recente, ainda não há uma quantidade precisa de quantas pessoas realizaram a Aedo.

Dados do Ministério da Saúde apontam que, no Ceará, cerca de 1.800 pessoas estão à espera de transplante de órgão. No Brasil, a quantidade ultrapassa 43 mil. Por este motivo, Renan reitera que é necessário que as pessoas manifestem o desejo de ser doador por meio da Aedo.

“Isso reforça a importância de termos uma base de dados ainda maior, um número de pessoas cada vez maior que registre a sua intenção, a sua vontade de ser doador de órgãos para que essas pessoas que hoje estão na fila esperando possam ser efetivamente atendidas”, completou.

Doador de órgãos

A doação de órgãos pode acontecer em casos de morte encefálica, contudo, só pode ser realizada mediante a autorização da família do doador. São excluídos do direito de doar pessoas sem identidade ou menores de 21 anos, portadores de doenças infecciosas incuráveis e câncer generalizado.

A lista de doadores é única, organizada por estado ou região, e é monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

Rins, pulmões, coração, fígado, córneas e válvulas cardíacas integram a lista de órgãos que são doados com mais frequência. Por outro lado, os mais raros são: rim e pâncreas. Fora do Brasil também são feitos transplantes de estômago, intestino, pele e ossos.

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