Lago do RS recebeu o equivalente a dois açudes Castanhão em nove dias
Número dá dimensão do evento extremo que já deixou mais de 110 mortos, 146 desaparecidos e milhares de desabrigados
14:00 | Mai. 10, 2024
O lago Guaíba, que subiu de nível rapidamente e alagou diversas cidades do Rio Grande do Sul, recebeu 14 trilhões de litros de água do dia 28 de abril a 6 de maio devido às fortes chuvas na região. A informação é do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Seriam necessários mais de dois açudes Castanhão cheios para chegar a esse volume de água. O Castanhão, localizado em Alto Santo, no Ceará, é o maior açude da América Latina e tem capacidade para armazenar 6,7 trilhões de litros. Atualmente, a barragem está 36% preenchida.
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Os números dão dimensão da crise climática que assola a vida de milhares de pessoas no Sul do País, com mais de 110 mortos e 146 desaparecidos. O estado tem 69.617 pessoas recebendo acolhimento em abrigos e outras 337.116 abrigadas nas casas de amigos ou parentes.
Normalmente, o Guaíba tem vazão (quantidade de água que passa por um rio em um determinado período de tempo) de 1,3 milhão de litros por segundo. Conforme o portal g1 Santa Catarina, a vazão disparou e chegou a 30 milhões de litros por segundo.
O portal também comparou o volume de água recebido pelo lago com o existente na usina hidrelétrica de Itaipu. É como se o Guaíba tivesse recebido em poucos dias metade do reservatório, um dos maiores do mundo.
Os rios Gravataí, dos Sinos, Jacuí e Taquari deságuam no Guaíba. Depois disso, a água segue até a Lagoa dos Patos e desemboca no oceano. No entanto, o volume de chuvas foi muito maior do que o normalmente observado em tão curto período de tempo, levando às cheias e extravasamentos.
Ceará envia doações e bombeiros para auxiliar resgates
O Ceará enviou, por meio do Governo do Estado, 12 bombeiros militares, dois cãos, três viaturas de salvamento, dois botes, além de água, alimentos e equipamentos necessários para as bucas e resgates. A sociedade civil também se organizou para arrecadar doações e enviar ao estado do Sul. Pontos de coleta de roupas, produtos de higiene, remédios e mantimentos se espalharam em Fortaleza e na Região Metropolitana.