Como Nardoni, relembre outros réus que tiveram progressão de pena
Diversos crimes ocorridos durante os anos 2000 e 2010 estão sendo transferidos para regime aberto; conheça criminosos que estão usufruindo desse benefício
23:55 | Mai. 07, 2024
No início desta semana, Alexandre Nardoni foi colocado em regime aberto e, dessa forma, poderá viver fora da cadeia, mas seguindo algumas regras. Este processo de regime aberto já foi posto em prática com diversos criminosos que foram condenados após crimes de grande repercussão.
Nardoni, que tem 45 anos, havia sido condenado a 30 anos de prisão pela morte da filha e estava preso na Penitenciária II, em Tremembé, no interior de São Paulo. Ainda em Tremembé, mas no núcleo feminino Santa Maria Eufrásia Pelletier outras presas por crimes de repercussão nacional também cumprem pena no regime aberto.
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É o caso da própria companheira de Alexandre, Anna Carolina Jatobá, que foi acusada de participação no crime cometido contra a filha de seu cônjuge. Ela, que havia sido condenada a 26 anos de prisão, também foi colocada em regime aberto desde 2023.
Relembre nomes que protagonizaram crimes que chocaram o Brasil e hoje se encontram "livres" por meio de liberações via regime aberto.
Caso Nardoni
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram condenados pelo assassinato de Isabella Nardoni, filha de Alexandre, em março de 2010. Porém, já estavam sob custódia da justiça desde 2008, ano do crime.
Segundo seu pai, Isabella caiu "acidentalmente" do sexto andar do prédio onde morava com sua família. No entanto, para a Justiça, essa teoria é inválida, visto que após o exame de corpo de delito foram detectadas lesões que deveriam ter sido causadas por agressões.
Foi decretado então que a morte de Isabella Nardoni foi ocasionada por inúmeras agressões e, consequentemente, homicídio após ter sido arremessada do prédio.
As condenações aconteceram, e foi decretado que o homem deveria cumprir uma pena de 30 anos de prisão e sua esposa, 26. Em ambas as penas, o regime para o cumprimento era fechado. Antes mesmo de completar 10 anos de sua condenação, Alexandre já podia usufruir de saída temporária através de um regime semiaberto.
Em abril de 2024, o juiz José Loureiro Sobrinho apontou que Nardoni possui tempo para concessão do benefício e destacou o bom comportamento carcerário do detento, que foi confirmado pelas avaliações psiquiátricas e do presídio. Desta forma foi concedido ao detento o regime aberto.
Anna Carolina Jatobá, que trabalhou como costureira na penitenciária onde estava presa, conseguiu uma redução de sua pena. Em 2017, ela já havia conseguido uma introdução ao regime semiaberto e, desde então, era beneficiada com as saídas temporárias.
Elize Matsunaga
No dia 19 de maio de 2012, Elize Ramos Kitano Matsunaga atirou várias vezes em seu marido Marcos Matsunaga, CEO e herdeiro da empresa de alimentos Yoki, em seu apartamento em São Paulo. Mais tarde, ela desmembrou o corpo dele, colocando os restos mortais em sacos plásticos antes de espalhá-los ao longo de uma estrada, a 32 km de sua casa.
Elize Matsunaga foi considerada suspeita depois que seus registros telefônicos a colocaram no local onde os restos mortais de Marcos Matsunaga foram encontrados.
Elize Matsunaga se declarou culpada do assassinato do marido e da ocultação de um cadáver em dezembro de 2016. Ela foi condenada a 19 anos de prisão e atualmente está detida na Penitenciária Feminina de Tremembé, em São Paulo.
Em 2019, foi noticiado pela reportagem da Isto É que Elize Matsunaga havia transitado para o regime semiaberto, onde coordena a oficina de costura da Fundação Professor Doutor Manoel Pedro Pimentel (Funap).
Sua pena foi reduzida a 16 anos e três meses logo após ela confessar o assassinato. Em maio de 2022, a Justiça concedeu a ela a liberdade condicional.
Suzane Von Ritchtofen
Um dos crimes que continua sendo lembrado até e que completa 24 anos foi o caso de Suzane von Richthofe, que com seu namorado organizou a morte de seus pais.
Ela tinha apenas 18 anos quando planejou o assassinato de seus pais, o engenheiro alemão Manfred Albert von Richthofen, conhecido como Barão Vermelho, e sua mãe Marisia.
Elas estavam dormindo na cama e foram espancados até a morte por seu então namorado, Daniel Cravinhos, e seu irmão mais velho, Christian. Quando o casal foi morto, eles roubaram dinheiro e tentaram fazer parecer que se tratava de um roubo.
Quando condenada em 2004, sua pena foi de 39 anos de prisão. Em 2006, ela foi direcionada para a Penitenciária Feminina de Tremembé, onde permaneceu até 2023 quando foi posta em regime aberto. Hoje, ela já participou do seu primeiro Enem, conseguiu entrar em uma faculdade e recentemente deu à luz à sua primeira filha.