Tio Paulo: família afirma que sobrinha presa tem problemas psiquiátricos
Parentes negam que mulher tenha tentado aplicar um golpe e reforçam que o idoso estava vivo quando saiu de casa; policia ainda investiga tentativa de golpe
10:50 | Abr. 22, 2024
A família de Erika de Souza Vieira Nunes, 43, e Paulo Roberto Braga, 68, afirmou que a sobrinha, suspeita de vilipendiar o corpo de tio, possui problemas psiquiátricos. A declaração foi feita ao periódico Fantástico, da Rede Globo de Televisão, em entrevista exibida no último domingo, 21, onde os parentes defenderam Erika das acusações feitas contra ela após tentar sacar um empréstimo com o tio morto em uma agência bancária no Rio de Janeiro.
De acordo com os familiares, Erika possui laudos médicos de depressão e alucinação auditiva. Lucas Nunes, um dos filhos da suspeita, reforçou a defesa da mãe, afirmando que ela não possui histórico de crimes ou fraudes. As informações são do G1 Fantástico.
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“A minha mãe criou seis filhos. E nunca precisou roubar, enganar ninguém para isso. A minha mãe encaminhou os filhos para a vida, e encaminhou muito bem, nos ensinando o caminho dos estudos, o caminho do que é correto. Tanto que, meus irmãos e eu, nós somos formados, bacharel em direito, passamos em concursos, faculdade. A nossa mãe sempre foi nossa inspiração”, afirma.
A advogada de Erika no caso, Ana Carla de Souza Correa, afirma que mediante o quadro clínico já apresentado, a cliente estaria em um quadro de negação da morte do tio. A profissional ainda aponta que devido à grande repercussão, o caso está passando por julgamento prévio, sem o devido processo ter ocorrido.
“O caso mal começou e já está se tendo uma punição anterior a uma decisão de uma sentença, ou seja, já está sendo punida antes mesmo de ser condenada, se é que vai ser condenada”, defende a advogada, que entrou com um pedido de revogação da prisão preventiva.
A Polícia ainda trabalha com uma possibilidade de tentativa de golpe exercida por Erika, fato que, segundo o delegado responsável pelo caso, Fábio Souza, poderia ser atestado pelo comportamento da suspeita durante o ocorrido. A investigação ainda analisa se a ida ao banco não teria sido uma última tentativa de Erika para sacar o dinheiro, sabendo que o tio estava doente e morreria em breve.
O delegado também expõe que o fato de Erika sofrer com problemas psiquiátricos não a isentaria completamente de culpa, já que nestas mesmas condições, ela tomou a iniciativa de levá-lo à agência.
“Uma pessoa com problema psiquiátrico pode não entender que o tio está morto, mas certamente também não entenderia que tem que ir à agência pegar o dinheiro. A pessoa não pode ter uma consciência seletiva”, destaca o titular.
Empréstimo seria utilizado para adaptação da casa onde Paulo morava
Ainda durante a entrevista, os familiares de Paulo afirmaram que o valor de R$ 17 mil teria sido solicitado pelo idoso dias antes, em 25 de março, e seria utilizado para adaptações na casa onde ele morava com a família.
“Dei o orçamento para ela de todo o material, ela queria colocar o piso, inclusive falou para mim que queria pintar, queria comprar geladeira, uma televisão nova para poder deixar lá para ele, uma cadeira de roda, uma cama mais confortável para que ele sentisse melhor”, diz José Geraldo Santos, pedreiro e ex-marido de Erika.
A Polícia agora investiga se há outros empréstimos feitos em nome de Paulo. Segundo Fábio, serão analisadas todas as solicitações de empréstimos feitas por ele, tendo sido aceitas ou não.
Polícia acredita que Paulo saiu vivo de casa
A Polícia já trabalha com a hipótese de Paulo ter saído vivo de casa e falecido durante o caminho até a agência bancária onde Erika tentou sacar o empréstimo. Após analisar as imagens de câmeras de segurança, o médico legista Fernando Esberard acredita que o idoso chegou vivo, pelo menos até o estacionamento do shopping.
A partir de então Erika o coloca em uma cadeira de rodas e circula com ele por algumas lojas, antes de se dirigir até a agência. As imagens mostram que, neste último momento antes da entrada no banco, Paulo está imóvel e com a cabeça caída para o lado.
A perícia segue inconclusiva sobre o horário da morte de Paulo e tenta estreitar o período entre 11h30min e 14h30min, trecho em que se sabe que a morte ocorreu.
Para o perito Nelson Massini, os sinais vitais visíveis de Paulo somem desde a saída do estacionamento.
“O que se pode concluir é que desde o momento em que ele é retirado do carro, colocado na cadeira, levado na presença da atendente do banco, com todos aqueles momentos intercalados, em nenhum momento ele teve qualquer mobilidade. Não teve nenhuma reação vital”, acrescenta.