Hospital pagará transporte de brasileira que está paralisada nos EUA após botulismo

O hospital onde a brasileira Cláudia de Albuquerque Celada está internada nos Estados Unidos, irá pagar o transporte de volta ao Brasil. A dívida da família é de mais de R$ 10 milhões

O hospital onde a estudante brasileira Cláudia de Albuquerque Celada, de 23 anos, está internada nos Estados Unidos irá pagar o equivalente a cerca de R$ 1 milhão para transportar a jovem de volta ao Brasil em uma ambulância aérea. Ela está hospitalizada desde o dia 17 de fevereiro com um quadro raro de butolismo Envenenamento raro causado por toxinas produzidas pela bactéria Clostridium botulinum. A infecção pode ser fatal e demanda tratamento de urgência. Os sintomas incluem dificuldade para engolir ou falar, fraqueza facial e paralisia. . Com uma dívida de mais de R$ 10 milhões, a família da brasileira luta para conseguir a transferência e seguir o tratamento no Brasil.

De acordo com o relato da irmã da jovem internada, o hospital conseguiu mobilizar uma equipe multiprofissional de saúde que irá acompanhar a transferência de Claudia de forma voluntária. A solidariedade dos profissionais ajudou a reduzir os custos com a transferência e o restante será arcado pela unidade de saúde. 

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Apesar da iniciativa, Luísa de Albuquerque, irmã de Cláudia, afirma que o hospital decidiu pagar o retorno apenas para que a dívida da família não aumentasse. "Cada dia que ficamos aqui, o preço aumenta. Eles têm plena noção de que a gente não vai conseguir pagar esses milhões para eles, então quanto menos a gente somar nessa dívida, melhor", disse em uma publicação nas redes sociais.

A família da jovem estima que cada diária no hospital representa um gasto de aproximadamente US$ 10 mil (dólares americanos). O valor representa uma despesa de R$ 52.478 a cada 24 horas. "Se já é difícil para um cidadão americano pagar essa conta, imagina para um brasileiro", acrescenta a irmã.

Família de brasileira internada nos EUA com botulismo faz vaquinha para pagar tratamento da jovem

Em busca de viabilizar a transferência, a família de Cláudia deu início, no dia 10 de abril, a uma campanha de doações voluntárias pelas redes sociais. A meta da "vaquinha online" é arrecadar R$ 1 milhão. Mas, até as 17h45min do dia 18 de abril, passado uma semana do lançamento, o valor arrecadado pela ação é de R$ 211.295 com apoio de 3.505 doadores.

"O seguro viagem que ela tinha já acabou há muito tempo, e as contas do hospital só estão aumentando. [...] Sei que é um valor muito absurdo, mas qualquer quantia doada nos deixa um pouquinho mais perto de acabar com esse pesadelo que estamos vivendo", afirma a família na descrição da campanha de doações.

O custo da ambulância aérea estava estimado em 200 mil dólares, cerca de R$ 1 milhão, contudo, como o núcleo de serviço social do hospital em que a jovem está internada se voluntariou para arcar com o traslado, a vaquinha que a família estava fazendo será usada para amortizar a dívida da internação.

"Essa é uma conta que vai seguir a gente de volta para o Brasil. Todo o dinheiro que seria para pagar a ambulância aérea vai ser para pagar a conta dela, que ainda vai acompanhá-la por muitos anos da vida dela", pontua Luísa. 

Estudante brasileira está internada há mais de 2 meses com doença rara nos EUA

A irmã de Claudia tem relatado nas redes sociais o progresso, ainda lento, da recuperação da brasileira após o quadro de botulismo. De acordo com os registros, a jovem tem feito terapia física e respiratória todos os dias, além do uso de uma série de medicamentos.

A irmã de Claudia, bem como sua família tem utilizado as redes sociais para agradecer as mensagens de carinho, solidariedade e fé que eles estão recebendo diante do quadro da jovem. Além disso, Luísa usa a conta no Instagram da irmã para publicar vídeos com atualizações do quadro de saúde dela.

"Ela mexe um pouco os dedos da mão, os dedinhos do pé, está começando a ter força no punho. Ela já consegue abrir o olho, então já está enxergando de novo. Mas ainda não consegue levantar braço, perna ou cabeça", explica Luísa.

A família também está utilizando as redes sociais como forma de alertar os interessados em ajudar com relação a golpistas que estão se aproveitando da repercussão do caso para extrair dinheiro das doações que seriam destinadas para Claudia. 

Entenda o caso da brasileira internada nos EUA com botulismo

A história de Cláudia, carinhosamente conhecida como Cacau, começou com o sonho antigo de realizar um intercâmbio em Aspes, no Colorado. A jovem estava trabalhando e estudando nos Estados Unidos até que 17 de fevereiro deu entrada na unidade hospitalar após sentir tontura, visão dupla e falta de ar. Algumas horas depois, o rosto dela ficou completamente paralisado. 

A internação ocorreu assim que os sintomas começaram a se manifestar. Ainda assim, em menos de 24 horas a jovem apresentou paralisia em todos os músculos do corpo, necessitando de suporte mecânico para respirar, conforme revela a família. O diagnóstico do quadro, porém, foi fechado 15 dias depois. 

"Depois de incontáveis exames, testes, transferência de hospital, punções lombares e transfusão de plasma, no dia 01/03 tivemos o diagnóstico: botulismo. É uma doença extremamente rara, que destrói as ligações entre os nervos e os músculos, demorando diversos meses para se regenerarem", destaca a família da jovem.

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