Força Nacional deixa operação de buscas a fugitivos de Mossoró; gastos passam de R$ 2 mi
Mais de 100 agentes da FN atuavam desde meados de fevereiro, nas buscas aos dois fugitivos da penitenciária federal. Procura chega ao 46º dia e seguirá com nova estratégia, segundo Senappen
13:16 | Mar. 30, 2024
Os agentes da Força Nacional que estavam em Mossoró (RN), auxiliando nas buscas aos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, encerraram suas atividades na última sexta-feira, 29.
A saída das equipes se deu após o Ministério da Justiça optar por não renovar a permanência dos agentes no município potiguar. No total, mais de 100 agentes e 20 viaturas da Força Nacional estavam envolvidas nas buscas.
As primeiras equipes deixaram a cidade por volta das 6h15min da manhã deste sábado, 30. Já os últimos veículos foram embora às 7h15min. Antes de entrarem nas viaturas, os militares se reuniram para uma espécie de oração.
As buscas pelos dois fugitivos chegaram neste sábado ao 46º dia, e se concentram nos municípios de Mossoró e Baraúna. Esta foi a primeira fuga registrada no sistema penitenciário federal, criado em 2006.
De acordo com o secretário Nacional de Políticas Penais (Senappen), André Garcia, a saída da Força Nacional ocorreu por mudança na estratégia das buscas.
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"Faz parte de uma nova estratégia que estamos adotando no local, de intensificação e concentração de esforços na investigação e na atividade de inteligência. Por isso que não necessariamente precisamos de uma quantidade muito grande de policiais para fazer esse tipo de trabalho", explicou, em entrevista à TV Globo.
O uso da Força Nacional em Mossoró foi autorizado no dia 19 de fevereiro, cinco dias após a fuga. No entanto, as primeiras equipes chegaram ao local no dia 23 de fevereiro. As buscas agora ficarão a cargo das polícias Civil, Militar e Penal.
Gastos com buscas aos dois fugitivos de Mossoró somam R$ 2,1 milhões
Em 46 dias, as buscas aos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, já custaram cerca de R$ 2,1 milhões aos cofres públicos.
Ao todo, mais de 600 agentes da Polícia Federal, Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) e Força Nacional estavam envolvidos nas buscas, até este sábado, 30.
O levantamento com os gastos foi feito pela Globo News. De acordo com a emissora, a Polícia Federal teve a maior cota dos gastos:
- Polícia Federal: R$ 497.812
- Senappen: R$ 372.218,62
- Força Nacional: R$ 1.245.549
Total: R$ 2.115.579
Na apuração da emissora, a PF divulgou gastos totais de R$ 493.162 e uma diária de combustível de aeronave, o que chegou ao valor de R$ 497.812. A prestação de contas da Senappen aponta R$ 114.606 pagos em passagens, R$ 205.607 em diárias e R$ 52.005 com combustível. Os gastos da Força Nacional envolvem R$ 1.026.188 em diárias, R$ 115.446 com frota e R$ 103.914 em plano de saúde.
Os valores informados na reportagem não consideraram salários dos agentes nem custos como alimentação.
Rogério Mendonça e Deibson Nascimento são originários do Acre e estavam recolhidos na Penitenciária Federal de Mossoró desde 2023. Na fuga, percebida na Quarta-feira de Cinzas deste ano, 14 de fevereiro, eles abriram passagem por um buraco atrás de uma luminária do presídio e cortaram duas cercas de arame usando ferramentas de uma obra que ocorria no local.