Professora denuncia vazamento de foto íntima por alunos e é demitida
A docente de História teve as fotos acessadas e compartilhadas pelos alunos após ter emprestado o celular para uma atividade pedagógica. Escola aponta respeitar o ECA
13:36 | Mar. 26, 2024
Uma professora de História teve fotos íntimas vazadas após estudantes acessarem pastas particulares do seu celular. Os alunos usaram o aparelho para realizar uma atividade pedagógica, após a docente emprestar o equipamento. Ela afirma que, depois do ocorrido, foi demitida da escola onde trabalhava, localizada em Alto Paraíso de Goiás, a 220 quilômetros de Brasília.
A docente explicou ao g1 Goiás que emprestou o celular para que os alunos fotografassem um evento escolar que, posteriormente, seria objeto de uma atividade didática. Durante o tempo em que estavam com o dispositivo, os estudantes acessaram as imagens particulares e compartilharam com os colegas.
Bruna Flor de Macedo Barcelos critica a decisão da escola, que decidiu dispensá-la: “A gestão da escola criou um ofício dizendo que os estudantes se sentiam constrangidos de assistirem às minhas aulas por terem visto minha foto nua. Uma inversão de quem foi vítima na situação”.
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Professora diz que foi destratada por colegas após o ocorrido
A gestão da escola soube das imagens após uma coordenadora ver diversos estudantes reunidos e, ao se aproximar, ver que eles estavam olhando uma foto de Bruna nua, segundo informações do g1 Goiás.
“Trabalhei até o quinto horário normalmente, sem saber de nada, enquanto estava todo mundo já sabendo da situação (...) No final do dia, me chamou para uma reunião, dizendo que era só eu, entre mim e ela. Mas tinham seis pessoas na sala, me senti inibida e é onde ela me passou o fato”, relatou a professora.
A professora de História, que denunciou o vazamento das fotos para a Polícia Civil, afirma ao g1 Goiás que passou a ser destratada no ambiente escolar por parte de colegas e da gestão após a situação. Ela estava na escola há oito meses e tinha um contrato de cinco anos.
Bruna Macedo defende que emprestou o celular aos alunos porque a instituição não tinha aparelhos que fizessem filmagem e o registro do evento era importante.
Escola afirma agir de acordo com regimento interno e o ECA
Em resposta a um ofício em defesa da professora, a escola afirmou que ela não poderia ter emprestado o aparelho de uso pessoal aos alunos, segundo o regimento interno.
O colégio destacou que as decisões foram tomadas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que preconiza a proteção integral das crianças e de seus direitos.