Marielle Franco: irmã e filha fazem homenagem após 6 anos de morte

O assassinato de Marielle Franco e de Anderson Gomes completa 6 anos hoje,14 de março. Familiares e admiradores prestam homenagens e cobram por respostas

11:48 | Mar. 14, 2024

Por: Évila Silveira
Anielle Franco e Luyara Franco prestam homenagens nas redes sociais após 6 anos do assassinato de Marielle Franco (foto: Reprodução/ Instagram/ Maria Buzanovsky)

O assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, completa seis anos nesta quinta-feira. Além do fim de uma carreira política em ascensão, as famílias de ambos tiveram que lidar com a perda imensurável.

Marielle não pode participar da formatura da filha Luyara Franco, que aconteceu recentemente, e não chegou a conhecer a sobrinha Eloah, segunda filha de Anielle Franco, sua irmã.

Luyara, que há seis anos acabara de passar no vestibular para Educação Física na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), passou a morar com os avós e abraçou a luta pela memória da mãe após o crime.

Juntamente com a tia Anielle, atual Ministra da Igualdade Racial, Luyara é uma das articuladoras do Instituto Marielle Franco, que defende o legado de Marielle e trabalha para dar visibilidade a mulheres negras, LGBTQIA+ e periféricas.

Irmã e filha fazem homenagem a Marielle Franco

Anielle Franco foi às suas redes sociais, nesta quinta-feira, 14, prestar uma homenagem à irmã, Marielle. A ministra publicou um vídeo com diversos registros das duas juntas ao som de “Por Tão Pouco”, do grupo Exaltasamba.

Na legenda, ela escreveu: “6 anos que mesmo assim eu me levanto todo dia por você, pelo nosso povo e por tudo que você representava. Você não ia acreditar no tanto de gente que te defende. Trocaria tudo para ter você comigo”.

Luyara Franco compartilhou um mural de fotos com a mãe e escreveu: “Hoje é mais um dia 14 honrando sua memória e gritando por justiça. Que você continue guiando meus passos. Te amo mil milhões!”.

LEIA TAMBÉM | Correios lançam selo em homenagem a Marielle Franco

“Achava que minha mãe seria presidenta do Brasil”, diz Luyara

Em entrevista ao DW, a filha de Marielle conta que quer seguir carreira na área do esporte, mas que a atuação na política e o trabalho no Instituto Marielle Franco ajudam a preservar a memória da mãe.

Luyara não se surpreende com o tamanho e a importância que Marielle alcançou no mundo todo, tornando-se referência na luta pelos direitos humanos. Ela também ressalta a demora nos processos investigativos: “Seis anos é um tempo muito longo”.

A filha de Marielle se orgulha da trajetória da mãe e acreditava que ela teria um futuro brilhante pela frente. “Ela era gigante. Eu achava que minha mãe ia ser presidenta do Brasil em algum momento”, afirmou durante a entrevista.

LEIA MAIS | MPRJ quer júri popular para acusado pela morte de Marielle Franco

Legado de Marielle Franco

Marielle e Anderson foram mortos a tiros em 14 de março de 2018. O carro em que estavam foi alvejado no bairro do Estácio, região central do Rio de Janeiro. Hoje, seis anos depois, ainda não se sabe quem mandou matar os dois, nem qual foi a motivação do crime.

Caso Marielle: quem é Domingos Brazão, possível mandante do crime

A comoção causada pelo assassinato potencializou em todo o País o nome da carioca negra, bissexual e moradora da favela da Maré. Para institucionalizar o legado, a família criou o Instituto Marielle Franco. A organização é financiada por meio de patrocinadores e doações de pessoas físicas. 

Atualmente o instituto promove ações presenciais e virtuais no mês de março por Marielle e Anderson. Eles também apresentam uma linha do tempo sobre o caso, além de realizar pesquisas e campanhas para dar visibilidade a mulheres negras, LGBTQIA+ e periféricas.