Homem expulso de padaria é preso por suspeita de roubar R$ 100 mi
Cliente foi expulso por usar notebook no local; homem foi preso durante a Operação Fast da PF, que investiga uma suspeita de fraude em criptomoedas
16:02 | Mar. 01, 2024
O empresário Alan Barros, que foi expulso de uma padaria em São Paulo no início de fevereiro, foi preso preventivamente em Curitiba. Barros é suspeito de estar envolvido com um grupo que dá golpes com criptomoedas e que já teria movimentado R$ 100 milhões em fraudes.
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A operação foi deflagrada na terça-feira, 27 de fevereiro.
Operação Fast: PF investiga grupo há dois anos
A associação criminosa, da qual Allan é suspeito de fazer parte, é investigada pela Polícia Federal (PF) desde 2022. O grupo é sediado em Balneário Camboriú, Santa Catarina.
De acordo com informações da PF, os criminosos realizavam golpes com criptomoedas e NFTs (sigla para tokens não-fungíveis, em inglês) nos estados de Santa Catarina e Paraná.
Os golpes eram feitos com a proposta de uma criptomoeda desenvolvida pelos investigados e que ofertaria lucros. É especulado pela PF que as vítimas chegam a mais de 20 mil pessoas.
O lançamento da nova moeda foi promovido em uma Feira de Criptoativos em Dubai. A partir do não cumprimento dos altos lucros, as vítimas denunciaram o caso à Polícia Federal como uma pirâmide financeira.
Ao g1 Santa Catarina, o delegado Maurício Todeschini enfatizou tratar-se de um golpe. "Essa criptomoeda existe, mas as pessoas não conseguem negociá-las. O banco digital prometeu cartões, prometeu operar com uma instituição financeira, porém nada disso funciona. As pessoas colocam o criptoativo dentro desse banco, elas não conseguem movimentar", explica.
Homem preso por roubar R$ 100 milhões: o que a defesa diz
De acordo com uma nota dos advogados, a defesa de Alan Deivid de Barros e da empresa Unimetaverso Gestão de Ativos Digitais e Marketing LTDA nega que o seu cliente tenha prejudicado alguém ou que tenha subtraído o valor citado.
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"Refutamos categoricamente a alegação de que nosso cliente tenha subtraído a quantia de R$ 100.000.000,00 ou que tenha prejudicado entre 5 a 22 mil pessoas", apontam. "Esses números, mencionados no relatório policial, são baseados em suposições da autoridade policial, sem comprovação efetiva", argumentam.
A defesa afirma ainda que "até o momento, somente um número ínfimo dessas supostas vítimas efetuou denúncias formalmente, sendo a maior parte destas ex-colaboradores e concorrentes no setor empresarial".
Para os advogados, "a decisão de decretar prisão preventiva parece desproporcional, considerando que o caso não envolve violência ou grave ameaça, e que existem medidas cautelares mais adequadas para assegurar o andamento do processo".