Mulher que atacou comerciante judia já a conhecia e está proibida de sair da cidade

Ana Maria Leiva Blanco, suspeita do ataque antissemita contra Herta Breslauer, é chilena e portanto está proibida de deixar a cidade durante investigações, sob pena de prisão preventiva

21:18 | Fev. 04, 2024

Por: Catalina Leite
Empresária judia é alvo de racismo religioso na Bahia: 'Assassina de crianças' (foto: Reprodução/Redes Sociais )

Ana Maria Leiva Blanco, suspeita de ataque antissemita contra a comerciante judia Herta Breslauer, está proibida de deixar Arraial d'Ajuda (BA) até o fim das investigações. Blanco é chilena, por isso o juiz Armando Duarte Mesquita Junior acatou pedido da Polícia Civil e proibiu a mulher de deixar a cidade. 

Além disso, Blanco está proibida de acessar a loja da comerciante e de manter contato com a vítima. Ela deverá comparecer bimestralmente à Justiça durante os próximos seis meses para informar suas atividades. Como não houve flagrante, Blanco foi liberada, mas a investigação continua. 

Herta passou por exame no Instituto Médico Legal (IML), que não constatou lesões após o suposto tapa no rosto. A advogada da comerciante, Lilia Frankenthal, assegura que o tapa ocorreu "via de fato", independentemente do laudo do IML e da negativa da autora dos supostos ataques de ter agredido fisicamente a Herta

De acordo com matéria do UOL, Blanco e Breslauer se conheciam pois os filhos são amigos de infância. Segundo a advogada de Herta, as mulheres já tinham discutido em outra ocasião por causa da guerra de Israel, mas nada relevante ocorreu após o caso.

 

Governo Federal se manifesta

Em nota publicada nas redes sociais, o ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida repudiu o antissemitismo e a islamofobia. "A absoluta e necessária condenação do massacre contra o povo palestino na Faixa de Gaza, promovido pelo governo de Israel, não justifica e tampouco autoriza o antissemitismo", escreveu.

"Por isso, manifestamos nosso repúdio ao ataque sofrido pela comerciante judia Herta Berslauer, em Arraial d’Ajuda, que teve seu estabelecimento comercial destruído por um criminoso motivado pelo antissemitismo. Esperamos que a pessoa responsável pelo ataque seja responsabilizado civil e criminalmente. Posturas antissemitas, e da mesma forma, islamofóbicas, devem ser fortemente repreendidas - ética e juridicamente, - por incompatíveis com a legalidade, com os direitos humanos e com a defesa da democracia."