Grupo fica preso em cinema no RJ: "Como no filme, rejeitados"

Funcionários esqueceram da última sessão do filme Os Rejeitados, indicado ao Oscar, e foram embora. Confira o que aconteceu

11:07 | Fev. 01, 2024

Por: Évila Silveira
O grupo de 40 pessoas tentou pedir ajuda para pessoas que estavam em um bar do lado de fora. (foto: Reprodução/ Instagram @marceloalonsomorais)

No último sábado, 27, cerca de 40 pessoas foram “esquecidas" dentro de um cinema em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. O grupo ficou em torno de 30 minutos pedindo ajuda após funcionários fecharem o local durante a última sessão e irem embora.

O público notou que algo estava errado quando os créditos finais passaram e as luzes não foram acesas, como acontece normalmente. Eles buscaram a porta de saída com ajuda das lanternas de celular e descobriram que o lugar estava trancado.

“Nos sentimos como no filme, rejeitados”

O grupo estava dentro de um cinema, o Estação Net Rio, e acionou a polícia e os bombeiros para retirá-los da sessão. Através da grade vazada, eles pediram ajuda para as pessoas na rua, mas ninguém se aproximava com medo.

A aposentada Ruth Kauffmann, de 70 anos, relatou ao jornal O Globo que eles não sabiam como proceder e ficaram sem ação. "Havíamos acabado de assistir ao filme “Os rejeitados”. E nos sentimos assim: rejeitados”, contou.

“Rejeitados”, indicado ao Oscar de Melhor Filme, conta a história de um grupo que é obrigado, contra a vontade, a passar um tempo juntos.

30 minutos de espera

A situação chegou até um cinema gerenciado pelo mesmo grupo localizado próximo ao local e os funcionários responsáveis pelo espaço estavam lá.

Eles achavam que todas as sessões haviam sido finalizadas e conseguiram resolver o problema em meia hora, antes da chegada da polícia.

Uma das pessoas que ficaram presas é o professor Marcelo Alonso Morais. Em seu Instagram ele publicou “Trancado no cinema Estação Net, em Botafogo! Os funcionários apagaram as luzes e nos trancaram no cinema!!! Absurdo!!!”.

Confira o vídeo que ele compartilhou em seu perfil:

 

 

Foi “um erro absurdo e surreal”.

Em justificativa para O Globo, Adriana Ratter, sócia-fundadora do grupo de cinema afirmou que foi “um erro absurdo e surreal”.

“Estamos a semana inteira digerindo o assunto. Imagina se essas pessoas tivessem passado a madrugada lá dentro? Tenho pesadelos só de pensar nisso”, conta.

Ela pediu desculpas e solicitou ainda que os espectadores que estiveram na sessão busquem contato com o cinema, pessoalmente ou via redes sociais. Os responsáveis foram afastados temporariamente do trabalho.

A Estação Net arrecadou mais de R$ 700 mil por meio de campanha de financiamento coletivo para enfrentar uma forte crise financeira durante a pandemia.