Erro médico: Quem é o cirurgião preso pela morte de 42 pacientes; relembre outros casos no Ceará

Profissional é investigado por outros 140 erros médicos cometidos no Rio Grande do Sul mas continuava atuando

O médico cirurgião gaúcho João Batista de Couto Neto, de 47 anos, foi preso na quinta-feira, 14, em Caçapava, em São Paulo, por ter cometido dezenas de negligências e procedimentos desnecessários que teriam provocado a morte de ao menos 42 pacientes e lesões em outros 114.

De acordo com a polícia de Novo Hamburgo, o médico realizava grande número de cirurgias para aumentar os ganhos financeiros, chegando a fazer até 25 em uma única manhã.

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Segundo o delegado do caso, Tarcísio Kaltbac, a quantidade de cirurgias impedia Couto Neto de cuidar corretamente das intervenções e dos pós-operatórios.

“Não conseguimos entender por que ele fazia isso com as pessoas. Às vezes, operava uma região do corpo, mas cortava outra que não tinha a ver com a cirurgia. Houve casos de pessoas que definharam no hospital, morrendo aos poucos. Isso é recorrente nos depoimentos”, disse o delegado ao jornal O Globo.

“É estarrecedor o que ele fazia. Temos fotos de pessoas com a barriga aberta, apodrecendo, e ele não receitava nada, nenhum medicamento. Dizia que não era nada e que tudo ia passar. Temos relatos de tentativa de suicídio dentro do hospital, por causa de tanta dor”, acrescentou.

Quem é o médico acusado de matar 42 pacientes

João Batista de Couto Neto é formado em Medicina pela Universidade Católica de Pelotas (UCPEL), com especialização em Cirurgia Geral no Hospital Nossa Senhora da Conceição de Porto Alegre, além de possuir diversas especializações na área.

Em São Paulo, o médico foi contratado como autônomo ou terceirizado para trabalhar em órgãos públicos e filantrópicos. A prisão preventiva do médico foi decretada após ele ter sido acusado pela Polícia Civil de homicídio doloso, ou seja, em que há intenção de matar.

O médico já havia sido afastado por 180 dias do exercício da profissão, em dezembro de 2022, mas em fevereiro deste ano, o cirurgião se registrou no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) e pôde continuar atuando. O órgão afirmou que o pedido de registro não podia ser negado na ocasião, já que o profissional não estava totalmente impedido de exercer a Medicina.

Erro médico: Relembre casos no Ceará

Em outubro deste ano, a Justiça aceitou a denúncia de homicídio culposo contra os médicos Valderi Júnior e Arthur Abreu Batista Gomes, responsáveis pelo procedimento cirúrgico que resultou na morte da médica veterinária Kelly Pedrosa, conhecida como "Barbie dos Animais".

A morte foi registrada em abril de 2022. Investigações e laudos apontaram indicativos de erro médico ocorrido durante o procedimento cirúrgico de correção de prótese nos seios, que foi seguido de complicações. Segundo os familiares, ela vinha sentindo dores e teve o duodeno perfurado.

Em setembro deste ano, a Justiça do Ceará condenou o Hospital e Maternidade José Pinto Do Carmo, em Baturité (distante 93 km de Fortaleza), a pagar R$ 180 mil de indenização a uma mulher por negligência médica que resultou na morte de uma criança de nove meses.

De acordo com a investigação, a gestante se dirigiu ao hospital sentindo muitas dores e apresentando perda de líquido amniótico e sangramento, mas foi informada que deveria voltar para casa, mesmo com os sintomas.

Por causa da demora no parto, a criança teve que ser retirada em cirurgia posterior e sofreu uma série de problemas neurológicos que culminaram com a morte.

 

 

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