Presídio em SC utiliza gansos para evitar fugas de detentos
Devido ao comportamento barulhento, animal é utilizado como alarme para movimentações suspeitas, substituindo cães que haviam se tornado amigos dos presosUm presídio em São Pedro de Alcântara, município do estado de Santa Catarina, tem usado um sistema diferente para monitorar os presos. Desde 2009, o Complexo Penitenciário do Estado (Cope) utiliza gansos para vigiar o comportamento dos detentos e evitar possíveis fugas.
A medida se dá devido à característica barulhenta dos animais, que grasnam ao mínimo movimento ou presença humana que os incomode. Os bichos ficam em um corredor, próximo à área de circulação dos 1,3 mil presidiários, e têm a missão de sinalizar possíveis tentativas de fuga para os seguranças. As informações são do g1 Santa Catarina.
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Em entrevista ao portal, o professor do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Guilherme Renzo Rocha Brito, destacou o comportamento territorialista que essas aves podem ter.
"Essas variedades são domesticadas há milhares de anos, se dão bem com humanos e podem ficar sociáveis, mas tendem a defender territórios e pessoas conhecidas de estranhos. São conhecidos por avançar, bicar e dar ‘asadas' em invasores e desconhecidos. São fortes, mas não causam machucados muito graves, mas podem desestimular invasores", informa o docente.
De acordo com a Secretaria de Administração Prisional e Socioeducativa (SAP), os animais não são “responsáveis pela segurança do local" e atuam apenas como complemento ao sistema de segurança da prisão, que conta com sistema de vigilância eletrônica 24 horas.
Com gosto pelo nado desde muito pequenos, as aves dispõem de um açude para se banharem. A alimentação e outros cuidados também são fornecidos dentro da prisão.
O uso de animais como “vigias” não é novidade no Cope, que antes das aves já utilizava cachorros como monitores dos presos. Porém, devido ao comportamento sociável, os animais de quatro patas se tornavam amigos dos detentos e passaram até a latir para os seguranças da prisão, sendo então trocados pelos gansos, sentinelas e territorialistas.