Colapso de mina em Maceió: entenda o que está acontecendo
A mina de sal-gema da empresa Braskem pode colapsar a qualquer momento, após exploração que permaneceu ativa de 1979 a 2019; saiba o que pode acontecer em Maceió
O colapso de risco iminente na Mina 18 da empresa Braskem, localizada no bairro Mutange, colocou a cidade de Maceió em alerta máximo, emitido pela Defesa Civil na quinta-feira, 30. O órgão também expandiu o mapa de risco, com a inclusão do bairro Bom Parto no programa de realocação.
O deslocamento acumulado da mina possui 1,42 metro e velocidade vertical de 2,6 centímetros por hora. Entre as áreas afetadas, estão os bairros Mutange, Bom Parto, Bebedouro, Farol e Pinheiro.
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As primeiras rachaduras no município apareceram em 2018, seguindo um período de fortes chuvas. Os moradores do Pinheiro, bairro tradicional da capital alagoana, foram recomendados a desocupar os imóveis.
Cerca de um ano após o primeiro tremor de terra, a causa foi apontada como a extração mineral de sal-gema. O processo era realizado pela empresa petroquímica Braskem desde a década de 1970, segundo informações do Ministério Público Federal.
Quando o laudo do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) foi liberado, 35 poços de extração se encontravam em área urbana.
Colapso de mina em Maceió: como funciona a extração
Na extração mineral de sal-gema, um poço é cavado e a água é injetada em uma camada de sal, acarretando na salmoura. Esta será extraída das minas até a superfície para que, em seguida, os poços sejam preenchidos com água, objetivando a estabilização do solo.
As minas começaram a ser fechadas em 2019, após a Braskem ser apontada como a responsável pelos tremores e rachaduras no município de Maceió.
Os moradores deslocados de seus bairros fazem parte do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, promovido pela empresa petroquímica. De acordo com a Braskem, imediatamente após assinatura do Termo de Saída, um auxílio-aluguel, no valor de R$ 1 mil mensal, é liberado.
Colapso de mina em Maceió: CPI da Braskem pode acontecer?
O presidente do Senado em exercício, Rodrigo Cunha (Podemos), solicitou o auxílio do governo federal para os moradores obrigados a deixarem suas casas nos bairros atingidos pelo colapso em potencial da Mina 18.
“Tema triste, porém, necessário, justamente quando estamos falando sobre COP (Conferência do Clima), sobre cuidar do meio ambiente e do clima e temos aqui uma das maiores catástrofes do mundo, devido a uma exploração mineral em área urbana”, destacou Cunha em coletiva.
Já o senador Renan Calheiros (MDB-AL) cobrou a instalação da CPI da Braskem para investigar os danos ambientais e sociais, além das reparações devidas à população afetada. As informações foram compartilhadas pela Agência Senado.
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