Nova espécie de peixe cascudo é descoberta em área afetada pela barragem de Belo Monte

O peixe habita principalmente a área alterada pela construção da barragem de Belo Monte; saiba quais as características da espécie

Uma nova espécie de peixe cascudo foi descoberta na região em que foi construída a barragem da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A pesquisa está descrita em artigo publicado nessa segunda-feira, 30, na revista científica Neotropical Ichthyology.

O estudo foi conduzido por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e da Universidade Federal do Pará (UFPA). Clique aqui para conferir o artigo.

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No material está detalhado que a nova espécie de Scobinancistrus habita principalmente a área alterada pela construção da barragem de Belo Monte, em Altamira, indo desde a Volta Grande do Xingu até a confluência com o rio Iriri.

A descoberta ajuda a confirmar que existem novas espécies de animais habitando a região afetada pela hidrelétrica e que, por isso, é importante garantir a qualidade da água para protegê-las.

Os pesquisadores seguem monitorando as espécies de peixes cascudos da região. O objetivo da documentação é que ela contribua para que os órgãos competentes estabeleçam estratégias de conservação.

Características da nova espécie e produção do estudo

Como características morfológicas, o peixe tem tons de verde-oliva escuro a preto e é coberto por manchas amarelas redondas, atingindo até 17 centímetros de comprimento.

A espécie foi batizada de Scobinancistrus raonii, em homenagem ao líder indígena Raoni Metuktire, cacique dos caiapós, povo que vive ao longo dos afluentes do rio Xingu, nos estados do Pará e Mato Grosso. Ele é um dos ativistas indígenas mais conhecidos no mundo por sua luta pela preservação da floresta amazônica, colocando-se contra, em 2010, à construção da usina de Belo Monte.

Como metodologia da pesquisa, foram analisados 38 exemplares da espécie de Scobinancistrus, coletados em expedições da equipe de pesquisa ao rio Xingu.

Esses peixes são conhecidos de comunidades locais e do comércio aquarista desde a década de 1980 e ganharam o apelido de "tubarão", por causa do formato roliço do seu corpo.

Para que se pudesse confirmar a existência de uma nova espécie, foram analisadas as tonalidades e o formato das manchas, a forma do corpo, os dentes, a boca e outras estruturas que identificam os animais.

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