Brasileiro é preso com drogas em aeroporto da Turquia; PF diz que prisão é injusta
A pena pode chegar a 30 anos, e a acusação também envolve a esposa dele que está na Líbia
09:11 | Out. 30, 2023
O líbio com cidadania brasileira Ahmed Hasan, de 37 anos, que havia saído do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, foi preso após duas malas com 43 kg de cocaína, etiquetadas com o nome da esposa dele, serem apreendidas no aeroporto de Istambul, na Turquia. De acordo com investigações da Polícia Federal (PF), o Líbio é inocente e teve as malas trocadas. Ele será julgado no dia 30 de novembro.
Hasan viajou com a esposa, Malak, e o filho para a Turquia em outubro do ano passado e, de lá, foram à Líbia. "Nós pegamos toda a nossa bagagem, nossos passaportes foram carimbados e entramos normalmente. Nada aconteceu", disse em entrevista a TV Globo.
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Em maio deste ano, ele decidiu viajar de novo para a Turquia. Desta vez, sozinho. "Ela [uma advogada turca] disse que eu estava sendo acusado de tráfico internacional de drogas. Eu me assustei, quase morri. Foi um choque enorme para mim."
De acordo com o delegado Felipe Lavareda, da PF, as malas carregadas de drogas saíram de Guarulhos dias após a viagem de Hasan. "Alguém retirou essa etiqueta, mas, em vez de usar no próprio dia, [a pessoa] guardou para usar alguns dias depois no voo onde foi a droga efetivamente", explica.
Os policiais suspeitaram da movimentação de um ônibus de transporte de passageiros. Nas imagens, cedidas à Globo, é possível ver que um veículo vai, acompanhado de um outro carro, até um galpão que não tem câmeras de segurança. Em seguida, uma carretinha passa pelo local e leva as malas para os aviões. A suspeita é que o veículo tenha levado cocaína.
Em nota, a concessionária que administra o Aeroporto de Guarulhos, GRU Airport, disse à Globo que o manuseio das malas está sob responsabilidade das companhias aéreas. A Turkish Airlines não comentou o caso.
De acordo com o UOL, Hasan procurou Luna Provázio, a mesma advogada que defendeu Jeanne Paollini e Kátyna Baía, as duas brasileiras que acabaram detidas por quase 40 dias na Alemanha após também terem suas malas trocadas por bagagens com cocaína.
Hasan será julgado no dia 30 de novembro. A pena pode chegar a 30 anos, e a acusação também envolve a esposa dele, Malak, que está na Líbia. "Espero que tudo isso acabe no dia 30 de novembro. Eu não consigo mais ficar sem ver a minha família, não consigo tocar direito meus negócios."