Mais nove armas furtadas do Arsenal do Exército são recuperadas; trio suspeito responde a inquérito

As armas furtadas são metralhadoras que faziam parte do Arsenal de Guerra de São Paulo; suspeitos do furto estão respondendo a inquérito policial

11:33 | Out. 21, 2023

Por: Agência Brasil
Exército Brasileiro. Imagem de apoio ilustrativo. (foto: Samuel Setubal/Especial para O Povo)

A Polícia Civil de São Paulo encontrou, na madrugada deste sábado, 21, nove metralhadoras do Exército Brasileiro, que haviam sido furtadas do do Comando Militar do Sudeste, em Barueri. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, as armas estavam em São Roque, no interior paulista, na estrada municipal Emil Scaff. Ao chegar no local, a polícia teria sido recebida a tiros por dois homens, que conseguiram escapar por uma região de mata. Os tiros atingiram apenas a viatura, informou a secretaria.

Um trio de militares suspeitos de participar do furto das 21 metralhadoras no Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), em Barueti, na região metropolitana de São Paulo, foi identificado. Eles estariam trabalhando como plantonistas no feriado do dia 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil. As informações são do portal de notícias Folha de S. Paulo.

A localização das armas é resultado de investigações conduzidas pelos policiais civis. Eles fizeram um mapeamento das atividades de suspeitos de integrar organizações criminosas e identificaram o local onde estava sendo feito o transporte dos armamentos. A secretaria informou que as investigações apuraram, também, que as armas seriam repassadas a outros criminosos.

O Comando Militar do Sudeste confirmou que as armas encontradas fazem parte do lote das que desapareceram. Ainda segundo o Comando, foram recuperadas cinco metralhadoras de calibre.50 (antiáreas) e quatro de calibre 7,62. Até este momento, das 21 metralhadoras que sumiram, 17 já foram encontradas, informou o Exército.

“O calibre 7.62 tem o poder, por exemplo, de perfurar um carro blindado, já o .50, de uso exclusivo das Forças Armadas, é antiaéreo, por isso, foi extremamente positiva a ação da polícia para recuperar as metralhadoras porque o prejuízo poderia ser catastrófico, não só para os policiais, mas para a própria sociedade”, disse Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo.

O Comando Militar do Sudeste informou que a linha de investigação mais provável é de que as armas foram desviadas mediante furto com participação de militares do Arsenal de Guerra de São Paulo. O Comando acredita que o extravio possa ter ocorrido entre os dias 5 e 8 de setembro.

“Todos os processos da Organização Militar estão sendo revistos e, paralelamente à investigação, os militares que tinham encargos de fiscalização e controle poderão ser responsabilizados na esfera administrativa e disciplinar por eventuais irregularidades. Esses militares receberam um Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar e estão em curso de prazo para apresentação de suas defesas. Os militares temporários serão expulsos e os militares de carreira serão submetidos a Conselhos de justificação ou disciplina”, disse o Comando Militar do Sudeste, em nota enviada a imprensa durante esta semana.

Ao O POVO, a assessoria de comunicação do Exército Brasileiro informou que "o tenente-coronel que chefiava o quartel não tem envolvimento direto com o furto do armamento". Os suspeitos do furto, ainda de acordo com o Exército, "foram identificados e respondem a inquérito policial".

Segundo o Exército, "o processo segue em segredo de Justiça, e a identificação dos militares não será divulgada". (Com informações da repórter Bruna Lira/Especial para O POVO)

Rio de Janeiro

Outras oito metralhadoras, quatro delas de calibre .50 e quatro de calibre 7,62, já haviam sido encontradas nesta semana pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.