Padre Julio Lancelotti diz ter recebido novo bilhete com ameaças

Sacerdote é conhecido por auxiliar pessoas em situação de rua e posicionamentos políticos; padre Julio Lancelotti publicou foto da nota nas redes sociais

O padre Julio Lancelotti, conhecido pelo trabalho com pessoas em situação de rua e por se posicionar publicamente sobre questões políticas, recebeu um novo bilhete com ameaças na manhã deste domingo, 27. A nota foi exibida sacerdote padre nas redes sociais.

Segundo o religioso, a mensagem foi deixada na porta da igreja. Julio é pároco da igreja São Miguel Arcanjo, em São Paulo (SP).

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Na nota, o padre é chamado de "padreco de merda", "defensor dos direitos dos bandidos" e "petista vagabundo". O autor do bilhete acusa Julio de "usar o povo" para se favorecer. O texto termina com uma ameaça: "seu dia de reinado aki [sic] vai acabar. Pode esperar"


Julio Lancelotti é vigário para o povo da rua na Arquidiocese de São Paulo, e atua com ações de acolhimento e auxílio a pessoas sem moradia, incluindo atividades com sacerdotes de outras religiões. O pároco também é conhecido por se manifestar abertamente sobre questões de direitos humanos, apoiando movimentos sociais e partidos políticos.

Em 2022, uma lei com o nome do sacerdote foi aprovada pelo Congresso Nacional. O texto adicionava ao Estatuto das Cidades uma proibição de que estruturas e mobiliário em espaços públicos fossem projetados para evitar o uso, por pessoas em situação de rua, como abrigo, prática chamada "arquitetura hostil". O texto foi vetado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em maio deste ano, Julio Lancelotti foi nomeado integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o chamado "Conselhão". O órgão funciona como um consultor da Presidência da República em questões sociais e econômicas, contando com membros de diversas posições políticas. O Conselhão foi recriado por Lula (PT) após ter sido extinto por Bolsonaro.

Esta não é a primeira vez que o padre recebe ofensas e ameaças. Julio já relatou ter recebido intimidações pelas redes sociais e também presencialmente, durante cerimônias religiosas.

O POVO procurou a Arquidiocese de São Paulo, perguntando sobre o posicionamento da organização e se alguma ação será realizada sobre o caso. Não houve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.

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