Sargento gay da PM consegue licença-paternidade de seis meses para cuidar da filha

A rigor, o policial teria direito a apenas 20 dias afastado, mas conseguiu benefício equivalente ao da licença-maternidade. Caso ocorreu em Pernambuco

O sargento Valdir Barbosa, de 40 anos, da Policia Militar de Pernambuco (PM-PE), conseguiu na Justiça o direito de tirar seis meses de licença, após o nascimento da filha. A rigor, o policial teria direito a apenas 20 dias afastado, equivalente ao afastamento por paternidade, mas conseguiu o equivalente à maternidade. O caso é inédito na PM.

Sofia, a filha de Valdir com o professor de inglês, Rafael Moreira, 41, nasceu no dia 27 de junho de 2022. Ela é fruto de uma fertilização in vitro com barriga solidária da irmã do policial. “É tudo o que eu esperava e muito mais. Tanto o prazer e a maravilha de ser pai, como também o quão pesado é”, diz Valdir. “Para mim, foi a melhor decisão da minha vida: querer ser pai”.

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Valdir sempre quis ser pai. Ele é casado com Rafael desde 2021, mas estão juntos há mais de 10 anos. Os dois resolveram oficializar a relação após a confirmação da gravidez da barriga solidária.

“Quando chegou 2019 eu já sentia muita necessidade de ter um filho. Seja ele da forma como foi feito [fertilização in vitro] ou adoção. A gente começou a conversar muito sobre isso e ele [Rafael] tinha muito receio por conta do preconceito e por acreditar estar longe da nossa realidade”.

Para conseguir a licença, o policial protocolou um requerimento em janeiro de 2022, antes mesmo de o bebê nascer. O documento passou por uma série de secretarias dentro da corporação e chegou até a Procuradoria-Geral de Pernambuco. O direito foi concedido a Valdir no dia 28 de julho de 2022, um mês após o nascimento de Sofia.

O sargento está na Polícia Militar há 14 anos e afirma que nunca sofreu discriminação por conta da sexualidade, apesar de já ter ouvido algumas piadas. “Eu nunca sofri. Sempre me impus muito e faço meu trabalho de forma correta. Então, não deixo a desejar em nada e o pessoal me respeita. A gente passa por piadinhas [...] mas nunca me afetaram e, em relação ao trabalho, eu nunca sofri um preconceito pesado não”.

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