Demência frontotemporal: saiba o que é a doença que afeta Maurício Kubrusly

Doença é pouco prevalente, porém causa grande impacto na rotina dos pacientes

O jornalista Maurício Kubrusly, de 77 anos, foi diagnosticado com demência frontotemporal (DFT). O ex-repórter da Globo, conhecido pelo quadro de viagens "Me Leva, Brasil", foi homenageado no programa Fantástico, nesse domingo, 20. A matéria revelou que, atualmente, Kubrusly mora no sul da Bahia e vive com a doença há alguns anos.

O que é demência frontotemporal

A DFT afeta áreas do cérebro e causa a perda gradativa das funções cerebrais, resultando em alterações no comportamento e na fala. De acordo com a médica e neurologista Adriana Barbastefano, as mudanças podem ocorrer logo no início do quadro clínico da doença.

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“É uma demência que pode causar episódios de agitação e, às vezes, até agressividade, apatia ou diminuição da motivação, irritabilidade e, no que ela é mais característica, é a questão da linguagem, com dificuldade para falar ou até para compreender, já logo no início do quadro”, apontou.

Apesar da doença, que é a mesma que afetou o ator Bruce Willis, se manifestar de maneira variável de pessoa para pessoa, a especialista afirma que essas transformações causam impactos na rotina do paciente com DFT.

“O grau de comprometimento pode ser variável e o grau de velocidade da piora dos sintomas também, mas não deixa de ter o impacto na vida da pessoa", analisou a médica. "O avanço da doença também é uma questão relativa. Você pode ter pessoas que apresentam um avanço mais rápido, outras que apresentam um avanço mais lento. De qualquer modo, é evidente na maioria dos casos e está presente em maior e menor grau”.

Em alguns casos, o paciente pode se recusar a realizar hábitos de higiene, apresentar agressividade, ter comportamentos compulsivos e dificuldades na comunicação.

Demência frontotemporal: ocorrência e fatores

De modo geral, as demências ocorrem mais em idosos, geralmente a partir de 65 anos, e são doenças que podem ocorrer devido a múltiplos fatores.

A médica Adriana Barbastefano explica que as comorbidades não controladas, como hipertensão arterial, diabetes e obesidade, além do uso abusivo de bebidas alcoólicas, tabagismo e sedentarismo, podem representar riscos de desenvolvimento dos quadros demenciais.

Porém, a especialista também aponta a genética como um dos fatores que também podem influenciar o desenvolvimento da doença, especialmente em pessoas mais jovens, a partir dos 50 anos de idade.

“Se você tem um um parente de primeiro grau - pai, mãe ou irmão com demência - a sua chance pode aumentar. Isso não quer dizer que vai ter, mas é uma questão que pode aumentar a chance. Não dá para dizer que é só a hipertensão arterial, só o tabagismo ou só a genética, são múltiplos fatores, mas todos esses estão envolvidos”, disse.

O diagnóstico é feito a partir de análise do quadro clínico e de um exame que avalia o paciente. O exame de sangue também é realizado para detectar outras doenças que podem influenciar a demência, como anemia, diabetes descompensado, carência de vitamina B12, sífilis e hipotireoidismo.

Os médicos também podem solicitar exames de imagem e laboratoriais para descartar outras patologias.

Tratamento da demência frontotemporal

A doença não tem cura, porém é realizado o tratamento com medicações voltado para conter o avanço da doença e o controle da agitação, irritabilidade e de sintomas depressivos, por exemplo, e melhorar a qualidade de vida do paciente.

“Quando o diagnóstico de uma demência é feito, o paciente inicia uma medicação, para fazer com que isso ocorra de maneira mais lenta e que a pessoa mantenha a qualidade de vida e o contato com os familiares por mais tempo possível”, destaca a neurologista.

Para reduzir as chances de desenvolvimento de demências, Adriana destaca que é necessário ter hábitos saudáveis, como praticar atividades físicas, ter uma boa qualidade de sono, não fumar e realizar o tratamento adequado das doenças bases, em caso de comorbidades.

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