21,1 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar severa no Brasil
Em todo o planeta, são 735 milhões de pessoas que passam fome e 2,4 bilhões estão em situação de insegurança alimentar, conforme a pesquisa da ONU
09:51 | Jul. 13, 2023
O número de pessoas em situação de insegurança alimentar severa no Brasil saltou de 4 milhões, entre 2014 e 2016, para 21,1 milhões, entre 2020 e 2022, segundo dados do relatório "O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI)", da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado nesta terça-feira, 12.
Em todo o planeta, de acordo com a pesquisa, 735 milhões de pessoas passam fome - cerca de 10% da população global - e 2,4 bilhões estão em situação de insegurança alimentar.
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“Além dos problemas de saúde causados pela pandemia globalmente, o mundo enfrenta dois grandes desafios: a fome e a má nutrição. Uma em cada dez pessoas no mundo passa fome”, destaca Rafael Zavala, representante da ONU para a Alimentação e a Agricultura no Brasil, também em nota.
Conforme o estudo, 70,3 milhões de brasileiros não têm acesso à alimentação, em um quadro de insegurança alimentar considerado moderado ou severo. O número representa cerca de um terço da população do país.
O estudo, no entanto, revela que o total de pessoas que passam fome caiu em relação aos anos anteriores. A taxa diminuiu de 12,1 milhões, número entre 2004 e 2006, para 10,1 milhões, entre 2020 e 2022.
Vale ressaltar que o relatório considera a fome e a insegurança alimentar como indicadores separados. De acordo com a ONU, a fome se caracteriza pela desnutrição crônica.
A insegurança alimentar, além disso, se divide em duas categorias: severa e moderada. A primeira se relaciona com a falta de comida, que pode gerar a ocorrência de um ou mais dias sem alimentação, oferendo riscos à saúde. A segunda é quando existe uma redução na quantidade de alimentos consumidos e incerteza sobre o acesso a comida.
“O país sofreu muito nos últimos três anos pela falta de cuidado e atenção com os mais pobres”, declarou Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate a Fome, em nota. “Se tornou comum ver pessoas passando fome, na fila por ossos e catando comida no lixo para se alimentar”.